Emilly estava sentada na cozinha, perdida em seus pensamentos, quando a campainha tocou. Ela hesitou antes de levantar e abrir a porta. Lá estava Alexander, com um sorriso forçado, seus olhos carregando algo além de simples cortesia.
— Oi, Emilly. Posso entrar? — Ele perguntou, tentando soar casual, mas havia uma firmeza na sua voz que não combinava.
— Claro — Emilly respondeu, abrindo espaço para ele. A tensão em seus ombros parecia aumentar à medida que ele cruzava a porta.
Ela se acomodou à mesa novamente, e Alexander se sentou à sua frente, o olhar dele cravado nela, intenso demais.
— Como você está? — Ele perguntou, a voz suave, mas carregada de um tom que Emilly não soube identificar.
— Do mesmo jeito de sempre — disse, a frieza em sua voz tentando esconder o desconforto. — Tentando lidar com as coisas.
Alexander não tirava os olhos dela, analisando cada movimento.
— Eu sinto muito por tudo que você está passando. Quero ajudar da melhor maneira que puder.
Emilly desviou o olhar, sentindo a inquietação crescer.
— Não sei se você realmente quer me ajudar... ou se está apenas tentando controlar a situação.
Alexander se inclinou um pouco mais.
— Não é isso — disse com firmeza. — Só quero que saiba que pode contar comigo. Posso ajudar você a lidar com seu pai.
Ela franziu a testa, desconfiada.
— Como assim?
— Existem maneiras de suavizar as coisas. Às vezes, só precisamos de uma pequena ajuda para fazer o que precisa ser feito — Alexander colocou a mão sobre a dela. O toque dele a fez gelar.
— Do jeito certo, você quer dizer? — A voz de Emilly saiu quase num sussurro.
Alexander sorriu, mas não foi um sorriso que a tranquilizou.
— Posso falar com seu pai de novo. Talvez com uma abordagem diferente, ele mude.
Emilly hesitou.
— Não sei se isso funcionaria. E o que você ganha com isso, Alexander?
Ele a encarou por alguns segundos, como se estivesse calculando a resposta.
— Eu ganho a satisfação de saber que estou ajudando alguém que precisa. E, claro, me sinto bem sabendo que faço a diferença.
Emilly se sentiu ainda mais desconfortável. Algo na maneira como ele falava a fazia sentir que era mais um projeto do que uma pessoa.
— E se eu não quiser a sua ajuda?
A mudança no tom de Alexander foi imediata, quase imperceptível, mas suficiente para ela notar.
— Isso não é uma opção. Você precisa de ajuda, e estou oferecendo. Isso não é só por você, é por todos nós.
As palavras dele deixaram Emilly com uma sensação de inquietação ainda maior. Ela olhou para o chão, tentando processar a manipulação que ele estava tentando impor.
Alexander levantou-se devagar, indo em direção à porta.
— Pense nisso, Emilly. Estou aqui para o que você precisar.
Quando a porta se fechou atrás dele, o silêncio da casa a envolveu, mas a mente dela estava longe de tranquila. Ela sentia que Alexander estava tentando controlá-la de uma maneira que não conseguia entender completamente, mas sabia que precisava ser cautelosa.
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Cicatrizes Invisíveis ( Em Revisão)
RomansaSinopse "Cicatrizes Invisíveis" mergulha na vida de Emilly Keterine Reynolds, uma jovem de 17 anos em busca de seu lugar em um mundo repleto de desafios. Nascida em Nova York, Emilly cresce em um lar onde a dinâmica familiar é complexa e cheia de so...