Alexander ficou na casa de Emilly e Margareth naquela noite, tentando oferecer consolo e estabilidade em meio ao caos. Após um breve jantar e alguma conversa leve, ele se sentou ao lado de Emilly no sofá. Ela estava mais relaxada com sua presença, embora ainda visivelmente perturbada.
Alexander começou a acariciar o cabelo de Emilly, suas mãos suaves contra a pele dela. “Eu sei que nada pode realmente aliviar a dor que você está sentindo agora, mas quero que saiba que estou aqui para você. Não há nada que precise enfrentar sozinha.”
Emilly fechou os olhos, se deixando levar pela sensação reconfortante, embora o toque de Alexander também a fizesse sentir uma estranha inquietação. A mistura de conforto e desconforto a deixou confusa.
Margareth observou o cenário, seu olhar distante e triste. A atmosfera estava carregada, e o silêncio ocasional era preenchido pelos murmúrios baixos de Alexander e Emilly. Quando Emilly se levantou abruptamente e foi ao banheiro, Margareth aproveitou a oportunidade para conversar com Alexander, o coração pesado com lembranças dolorosas.
Alexander se virou para Margareth com um olhar compreensivo. “Como você está lidando com tudo isso, Margareth? Sei que é uma situação incrivelmente difícil.”
Margareth respirou profundamente antes de responder, sua voz cheia de tristeza. “É... é um pesadelo, Alexander. Robert era... era um homem difícil. No começo, ele era bom. Ele tinha um trabalho respeitável em uma das maiores empresas de Nova York. Todos pensavam que éramos o casal perfeito. Mas, com o tempo, ele começou a mudar. O trabalho foi ficando mais estressante, e ele começou a beber cada vez mais.”
A voz de Margareth começou a vacilar. “Ele chegava em casa furioso, quebrava coisas, e a bebida apenas fazia tudo piorar. A cada dia, ele ficava mais agressivo. Eu não sabia como lidar com isso, mas esperava que, de alguma forma, ele melhorasse.”
Alexander ouviu com atenção, seu olhar cheio de empatia. “Isso deve ter sido terrível para você. O que aconteceu quando você ficou grávida?”
Margareth se encolheu, a dor em seus olhos visível. “Foi quando tudo se tornou insuportável. Ele ficou ainda mais furioso quando soube da gravidez. Ele me disse que eu não poderia ser uma boa mãe, que eu era uma mulher fraca e que deveria ter um filho que o satisfizesse. Ele sempre dizia que se fosse uma menina, ele a mataria. Disse que não queria uma mulher fraca como eu ou minha própria mãe.”
As palavras de Margareth eram um sussurro angustiado. “Eu fiquei com tanto medo. Ele me agredia e abusava de mim todos os dias, mas eu sabia que precisava lutar pelo meu filho. Mesmo quando ele me batia e me ameaçava, eu não podia deixá-lo tocar na criança. Tentei buscar ajuda, mas ele era muito controlador. Ninguém sabia o que realmente acontecia em casa.”
As lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Margareth. “Quando a criança nasceu, ele não fez nada para ajudar. Ele apenas se afastou mais, continuou bebendo e piorando. Eu cuidei da criança sozinha, tentando manter o ambiente o mais seguro possível. Mas, mesmo assim, a violência não cessava.”
Alexander ficou em silêncio, sentindo a gravidade da situação. “Sinto muito, Margareth. Ninguém deveria passar por isso.”
Margareth enxugou as lágrimas, sua voz agora firme, embora carregada de dor. “Foi uma luta constante. Agora, depois de tudo isso, sinto uma mistura de alívio e tristeza. Alívio porque o medo acabou, mas tristeza pela vida que tivemos, e pelo que eu e minha filha passamos.”
Alexander se aproximou, oferecendo um abraço reconfortante. “Você é incrivelmente forte, Margareth. O que passou é inimaginável, mas você sobreviveu e está aqui para sua filha. Eu estou aqui para ajudar a reconstruir o que foi perdido, para que você e Emilly possam finalmente encontrar um pouco de paz.”
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Cicatrizes Invisíveis ( Em Revisão)
RomanceSinopse "Cicatrizes Invisíveis" mergulha na vida de Emilly Keterine Reynolds, uma jovem de 17 anos em busca de seu lugar em um mundo repleto de desafios. Nascida em Nova York, Emilly cresce em um lar onde a dinâmica familiar é complexa e cheia de so...