O Refúgio da Angústia

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Emilly chegou à casa de Alexander completamente desolada. As mãos tremiam, o coração batia tão rápido que ela mal conseguia respirar. Tudo o que desejava naquele momento era sumir, encontrar um lugar onde pudesse se esconder da dor e do medo que consumiam sua alma. A casa de Alexander, com suas paredes imponentes e presença reconfortante, parecia ser o único refúgio possível. Quando ele abriu a porta, a preocupação em seu olhar a fez desmoronar por completo.

“Emilly?” A voz de Alexander era um sussurro cheio de apreensão. Ele a observava atentamente, percebendo de imediato que algo estava terrivelmente errado. “O que aconteceu?”

Ela não conseguia responder de imediato, as palavras presas em sua garganta. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, o choro silencioso e descontrolado. Alexander a puxou para dentro, fechando a porta com cuidado, como se temesse que o mundo lá fora pudesse invadir o pequeno espaço seguro que estava tentando criar para ela.

“Você está segura agora,” ele murmurou, puxando-a para um abraço apertado. O calor de seu corpo, a firmeza de seus braços ao redor dela, foi o suficiente para que ela desabasse completamente, soltando o choro que vinha segurando desde que deixara a casa dos pais.

Depois de alguns minutos, ele a conduziu gentilmente até o sofá, onde ela se sentou, ainda tremendo. Alexander se agachou à sua frente, segurando suas mãos trêmulas entre as suas, tentando transmitir alguma sensação de calma. “Me conte, Emilly. O que aconteceu?”

Ela tentou falar, mas as palavras eram dolorosas demais. “Ele... ele estava machucando minha mãe... de novo.” Sua voz falhou, o horror dos acontecimentos ainda fresco em sua mente. “Eu não consegui... não consegui fazer nada, Alexander. Só fugi. Eu sou uma covarde.”

“Você não é uma covarde,” Alexander disse, seu tom firme, mas gentil. Ele enxugou uma lágrima que escorria pelo rosto dela com a ponta dos dedos. “Você fez o que podia. Não é sua culpa.”

Mas Emilly não conseguia afastar a sensação de culpa. Sentia-se fraca, impotente. Alexander, porém, não permitiria que ela carregasse aquele peso sozinha. Ele sabia que, de alguma forma, precisava protegê-la, fazer algo para que ela se sentisse segura novamente. E ao mesmo tempo, uma raiva silenciosa começou a crescer dentro dele – uma raiva dirigida a Robert, o homem que estava destruindo a vida de Emilly e de sua mãe.

“Emilly,” ele disse calmamente, tentando não demonstrar a fúria que borbulhava sob a superfície, “você precisa descansar. Venha, eu vou te levar para o meu quarto. Você precisa dormir, tentar esquecer isso, pelo menos por agora.”

Ela acenou com a cabeça, exausta demais para protestar. Alexander a ajudou a levantar-se e a conduziu pelo corredor até seu quarto. O espaço era simples, mas acolhedor, com uma cama grande no centro, coberta por lençóis macios. Ele a ajudou a se deitar, cobrindo-a com cuidado.

“Eu vou ficar bem aqui,” ele disse suavemente, sentando-se ao lado da cama. “Não vou deixar nada de ruim acontecer com você.”

Emilly tentou acreditar nisso, mas o pavor ainda a perseguia. Ela fechou os olhos, as imagens do que havia acontecido com sua mãe ainda frescas em sua mente. As lágrimas continuavam a rolar, mas o cansaço acabou vencendo, e ela adormeceu, seus pensamentos finalmente se aquietando.

Alexander ficou observando-a por um tempo, o rosto sereno dela enquanto dormia contrastando com a tempestade de emoções que ele sentia. Ele sabia que não poderia simplesmente ficar ali, impotente, enquanto Robert continuava a fazer mal a Emilly e sua mãe. Uma decisão perigosa começou a se formar em sua mente. Lentamente, ele se levantou, certificando-se de que Emilly estava bem acomodada, antes de sair do quarto, fechando a porta silenciosamente.

Cicatrizes Invisíveis ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora