29

201 34 11
                                    

Olha quem lembrou que escreve kkk

"Não te deixarei afundar, nem que pra isso eu afunde"
Autoral

Jo narrando

Larissa me encarava sorridente, como se tivesse ganhado um doce só por ver o tapa que eu levei.

Pai: então é ver um bandido que tu ia quando faltava na escola Joseane? - meu pai indagou olhando pra mim.

Jo: pai, eu juro que posso explicar, não é o que o senhor está pensando. - falei respirando fundo, deixando cair algumas lágrimas.

Mãe: ENTÃO O QUE É? - gritou, me fazendo sobressaltar no lugar. - vai dizer o quê? Que não é uma vagabunda? Que não transou com o dono do morro na cadeia? VOCÊ É A DESGRAÇA DESSA FAMÍLIA SUA IMUNDA. - berrou, me fazendo chorar mais e mais.

Pai: o que fez você fazer isso, Joseane? Eu sabia que trabalhar agora não daria certo, você sempre foi muito ingénua, era claro que aquelas desviadas iam desviar também. - falou franzindo o cenho.

Jo: FOI POR VOCÊS. - gritei, exausta. - vocês acham que eu entrei nisso porque quis? A mamãe tava doente, eu só queria ajudar colocando dinheiro em casa também, o Lucas precisa estudar e ainda tem essa tal dívida do senhor - falei olhando pro meu pai - o senhor queria que eu ficasse sentada vendo tudo desmoronar?

Mãe: não venha jogar a culpa dos seus atos em nós, ninguém pediu pra você se prostituir, ninguém mandou você virar uma puta, porque é isso que você é, UMA PUTA NOJENTA. - gritou me olhando com nojo. - e se você só começou isso por nós - falou debochada - me diz porquê estava com ele agora? Aproveitou sair da visita íntima pra visita no carro?

Pai: eu vou falar apenas uma vez e espero que você me entenda bem, você está proibida de se encontrar com esse homem, de agora em diante você só vai pra escola e igreja, tá na hora de voltar a seguir os caminhos que nunca devia ter saído. - neguei com a cabeça.

Eu não queria voltar a ser uma prisioneira na minha própria vida.

Eu não queria voltar a ser a antiga Jo bobinha.

Jo: não.

Mãe: e você acha que tem outra opção? Enquanto estiver vivendo na NOSSA casa, você fará o que eu e seu pai mandarmos.

Ouvir aquilo estava sendo esgotante, num pico de raiva e exaustão, não pensei nas consequências do que diria...

Jo: sem problemas então mamãe, a partir de hoje eu já não vivo na VOSSA casa. - falei, frisando o "mamãe" e "vossa".

Pai: quê? - perguntou, meio atordoado. - do que você tá falando? Claro que você vive aqui, deixa de coisa e vá pro seu quarto.

Mãe: você acha que ela sairia mesmo daqui? - perguntou olhando pro meu pai. - ela não tem onde cair morta, ou acha que o seu traficante quer saber de te acolher e te botar pra dentro da casa dele? - falou olhando pra mim com deboche.

Eu tava cansada demais de um dia de trabalho pra ainda ter que lidar com eles, então apenas girei meus calcanhares, abri a porta e saí.

Mas assim que fechei a porta corri, corri como se a minha vida dependesse disso, e quando tava finalmente um pouco distante de casa, peguei meu celular ligando pra Carol, mas não passava por nada, tentei ligar pra Helô e não deu em nada, por fim tentei ligar pra Anaju e não passou também.

Era muito azar apenas pra mim.

E agora? Saí de casa depois de falar que já não vivia com eles e não tinha pra onde ir, eu tava muito fudida.

Sentei na calçada pra recuperar o oxigénio e não surtar e fiquei pensando numa solução rápida pra isso.

Perigo narrando

Deixei a pretinha lá na casa dela e fui pra boca.

Mas a real era que não tava dando certo não, minha mente insistia em voltar naquela mulher.

Não passou nem uma hora desde que deixei ela na casa dela e tava sentindo que ia dar merda em alguma coisa, isso que é foda.

Tenho um sexto sentido forte pra caralho e quando sinto que vai dar merda, sempre dá merda, só que não tava sentindo que seria uma merda avassaladora, mas sabia que seria uma merda.

E isso só se comprovou quando meu vapor, que tava na missão de proteger a Jo, me passou o rádio ofegante pra caralho.

Radinho on

P2: patrão? Tá na voz?

Perigo: qual foi?

P2: pô, tua mulher saiu daqui virada no demónio, a encapetada correu tanto que me deu perdido, deu nem pra saber que caminho ela seguiu.

Perigo: passa a conduta direito, ela saiu correndo porquê? - franzi o cenho.

P2: sei não patrão, bagulho foi que ela saiu correndo e segundos depois vi aquela lá que a patroa mandou passar a 0 saca? - na hora veio aquela irmã da Carol na minha mente e já vi que tinha dado merda.

Perigo: a irmã da Carol?

P2: ela mermo patrão.

Perigo: se liga, tenta achar minha mulher nos arredores daí que eu vou descer com uma tropinha pra achar ela também.

Radinho off

Não esperei ele responder e já levantei pegando minha arma e saindo da minha sala, convoquei uma tropinha e já mandei descer pra localizar minha preta, foda que tava preocupado com ela, posso fazer de tudo pra manter minha favela segura, mas tem sempre um arrombado pra passar por cima das leis da favela.

Mas uma coisa é certa, já detesto que mexam no que é meu, mexer logo na minha deusa é burrice.

Quer me estressar? Fácil, mexe com aquele pretinha que tu vê o diabo que eu posso ser.

Faço de tudo pra salvar aquela mulher, nem que pra isso eu morra, parece até que fez macumba saporra.

________

Homem cadelinha? Temos hehehhe

Maldita Visita.Onde histórias criam vida. Descubra agora