Prologo

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A Profecia dos Seis Séculos

"Quando a lua sangrar nas noites de tempestade,
Um filho da Terra e da Besta renascerá,
Metade lobo, metade druida em sangue selado,
Um eco raro, que em seiscentos anos não se verá.

E seu sangue, puro e ancestral, é a chave,
Para a Magica destemida que almeja ser livre,
Pois nele reside o poder para romper,
Os laços com o clã e a magia erguer.

Somente com o sangue do mestiço encantado,
A magica caminhará sem o fardo herdado,
Vivendo além dos séculos, das sombras renascida,
Imune à linhagem, com sua alma nutrida."

Londres, 2015

A tempestade rugia do lado de fora, relâmpagos iluminando a escuridão da floresta densa que cercava a casa antiga onde Chloe Leclair cresceu. As árvores, como sentinelas silenciosas, balançavam suas copas, enquanto a chuva batia contra as janelas, criando um ritmo hipnótico que ressoava em sua mente inquieta.

Sentada na mesa de madeira escura, coberta com livros antigos e pergaminhos amarelados, Chloe estava absorta em suas pesquisas, cercada por símbolos místicos e poções de cores vibrantes que refletiam sua ambição. O cheiro de ervas secas preenchia o ar, misturando-se à eletricidade da tempestade, um presságio do que estava por vir.

A descoberta que mudaria seu destino não tardou a chegar. Desde que Chloe completou seu treinamento como bruxa, ela era frequentemente assombrada por visões e sonhos fragmentados que revelavam fragmentos de uma profecia obscura, uma que falava de liberdade e poder, mas que também insinuava uma conexão com um ser especial.

Após semanas de pesquisa incansável e vários feitiços de localização, Chloe finalmente entendeu: o metamorfo mencionado nas palavras antigas, aquele que poderia oferecer a ela a chance de romper os laços que a prendiam ao clã, era ninguém menos que um tal de Embry Call, residente de uma pequena e pacata cidade chuvosa em Washington.

Ela releu as palavras em um dos pergaminhos, cada sílaba pulsando com significado:

"Quando a lua sangrar nas noites de tempestade, um filho da Terra e da Besta renascerá."

A conexão era clara. Embry era metade metamorfo, herdeiro de uma linhagem poderosa e rara, e metade druida, trazendo consigo um legado ancestral que só havia surgido uma vez a cada seiscentos anos.

Seu sangue, puro e poderoso, era a chave que permitiria a qualquer bruxa destemida e sem medo de matar - como Chloe - romper com as amarras do clã, libertando-se da magia que a seguira por gerações.

Um sorriso astuto se formou nos lábios de Chloe enquanto ela considerava o que isso significava. A ideia de finalmente escapar daquelas correntes invisíveis que a aprisionavam a uma vida de obrigações e tradições a eletrizava. Não mais estaria sujeita aos caprichos de seu clã de bruxas, ou magicas como preferiam ser chamadas pois bruxa é um nome pejorativo para elas, que sempre tentaram moldar seu futuro, forçando-a a se encaixar em um papel que nunca quis assumir. Com o sangue de Embry, ela poderia criar um feitiço poderoso, um encantamento que a tornaria livre.

No entanto, essa liberdade vinha com um custo. Chloe sabia que, para conseguir o que desejava, teria que enfrentar Embry e tirar o que precisava dele. Ela não sentia remorso ao pensar na possibilidade de sua morte. Em sua mente, o destino de um híbrido druida metamorfo não importava se isso significasse a realização de seu sonho.

Levantando-se da mesa, Chloe caminhou até a lareira, onde as chamas dançavam, iluminando seu rosto. Ela precisava se preparar para a jornada até Forks, a cidade onde Embry vivia, uma cidade marcada pelo mistério e pelas lendas sobrenaturais. Enquanto as chamas crepitavam, seu irmão gêmeo, Max , entrou na sala, seu olhar cansado refletindo a tempestade que também o perturbava.

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