14| Falsa Elena ?

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Morgana observava, com um sorriso irônico, o casal enrolado nos lençois em sua cama. O que haviam compartilhado não era nada mais do que o habitual, uma maneira rápida de alimentar seus próprios desejos. Eles não se lembrariam dela no dia seguinte, e isso, para Morgana, era o que realmente importava. Ela não queria nada de mais, nenhuma dívida emocional, apenas o que poderia obter em momentos fugazes. Eles estavam tão imersos em seus próprios corpos, tão consumidos pela excitação do momento, que nem perceberam quando ela se levantou da cama e vestiu suas roupas com destreza.

Com um movimento rápido e calculado, Morgana pegou as carteiras dos dois, deslizando-as para dentro de sua bolsa, e ainda arrancou a bota da mulher. Aquilo não era vingança, apenas uma pequena lembrança de que ninguém podia enganar Morgana. Ela olhou mais uma vez para o casal, ainda adormecido, alheio ao que acontecera. Daria certo, como sempre dava. Em silêncio, ela se retirou do quarto e saiu pela porta.

Morgana sabia que o tempo estava se esgotando. Precisava encontrar seus primos. Mas eles estavam bem ocultos, como sempre estavam, e ela não teria tempo para perder procurando em lugares improváveis. Os rastros deles, se é que existiam, seriam difíceis de seguir. Então, decidiu mudar a tática. Havia alguém que poderia ser útil em seu caminho: o Druida. Ele sempre soubera mais do que queria admitir sobre o oculto e o sobrenatural, e Morgana tinha certeza de que, com um pouco de pressão, conseguiria as respostas que tanto precisava.

Ela se dirigiu até a garagem com passos rápidos e, sem hesitar, montou sua moto. O rugido do motor a fez sorrir. Ela adorava a velocidade, a sensação de controle que isso lhe dava, e logo estava cortando as estradas à noite, sua mente absorvida no feitiço que estava preparando. Cada passo do plano se desenhava com precisão em sua mente, e não havia nada que pudesse impedir sua busca.

Mas, antes que pudesse se perder em seus próprios pensamentos, algo a atingiu com força, fazendo-a perder o controle. Sua moto saiu da estrada, os pneus cantando, e ela foi lançada contra o asfalto, rolando por alguns metros até parar. O impacto foi forte. Morgana sentiu uma dor aguda na cabeça, o que a fez perder por um momento a noção do que estava acontecendo. Ela se levantou, a vista turva por um instante, mas logo a clareza retornou. O peso do corpo caindo, os arranhões, o cheiro do asfalto queimado — tudo se tornou secundário quando ela olhou para frente.

Ali, no meio da estrada, estava uma figura. Uma mulher ruiva, seus olhos vermelhos como sangue. Morgana sentiu a tensão no ar, o poder daquela criatura, e uma onda de irritação invadiu seu corpo. Vampiras eram sempre um problema, mas ela nunca se importava com isso. A magia que possuía era o suficiente para lidar com qualquer situação.

_ Ótimo, era só o que faltava. - Morgana resmungou, espremendo os dentes, tentando controlar o impulso de explodir de raiva. Ela se levantou com agilidade, seus olhos brilhando com uma intensidade dourada enquanto a magia fluía através dela, curando suas feridas com a precisão de quem tem total domínio sobre a arte.

A vampira, como se tivesse esperado o momento certo, avançou com fúria, as mãos ágeis tentando agarrar os braços de Morgana. A expressão dela era selvagem, determinada, como se soubesse que Morgana não seria uma presa fácil. E, na verdade, ela estava certa. Morgana não era alguém que se deixava dominar facilmente, e essa vampira logo perceberia isso.

Sem perder tempo, Morgana girou seu corpo, aproveitando o movimento para se libertar da tentativa de agarro. Usando sua magia, ela empurrou a vampira com uma força sobrenatural, fazendo-a cambalear para trás. A energia pulsava por suas veias, e ela canalizou um poder sombrio e letal, típico de sua linhagem sanguínea. Em um movimento preciso, ela invocou a magia sanguínea, sentindo os fios de energia escorrendo por seus dedos enquanto se aproximava da vampira.

A figura vermelha de olhos brilhantes tentou reagir, mas Morgana não lhe deu tempo. Com um gesto rápido, ela usou sua magia para arrancar a cabeça da vampira de seu pescoço. O corpo da criatura tombou para trás, mas não foi um ato de simples brutalidade; foi uma demonstração de poder, de controle absoluto. Mesmo sem sangue, ela sabia que aquela criatura ainda guardava uma reserva de magia que poderia ser útil.

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