22) É assim com todo mundo?

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Eu amei cada segundo

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Eu amei cada segundo. Cada gesto, cada toque. E daí que não foi perfeito? A imperfeição era sublime. O imperfeito me agradava. Suas imperfeições me fizeram conhecer algo novo. Algo completamente diferente da sensação de me tocar na calada da noite, debaixo das cobertas. O imperfeito me fez gozar de uma maneira inédita.

O imperfeito também resmungava quando o meu despertar o acordava. Às 6 horas da manhã, meu horário sagrado, eu me desvencilhei dele, me espreguicei e penteei o cabelo com os dedos. Levantei-me para lavar o rosto, mas logo voltei para a cama.

Algo me dizia que eu deveria ficar na cama por mais tempo. Esse algo estava meio ereto e marcava o lençol.

— Alguém acordou animado — apontei, sagaz, sem perdoar sua ereção matinal.

— E tinha como acordar de outro jeito? Você não me deixa muita escolha. — Jogou a culpa de sua condição para cima de mim.

— Eu não fiz nada — isentei-me da culpa.

— Nada? — Ele se apoiou nos antebraços e ergueu-se um pouco. — Deixe eu refrescar sua memória. — Pôs o punho fechado sobre a boca para pigarrear teatralmente e, em seguida, cantou como um passarinho. — Oh, oh, oh — imitou meus gemidos da maneira mais tosca possível.

— Você é um péssimo imitador.

— E você é uma ótima gemedora.

— Tsc. — Estalei a língua. — Você tá sendo gentil. — Arrastei-me nada sensualmente sobre o colchão e fui para mais perto dele.

— Gentil? Nem! Tem coisa que não dá pra esquecer — afirmou ele. — Além do mais, meu pau não mente.

— Então é sobre isso? — Por cima do lençol, passei a mão sobre sua coxa, deslizando os dedos de baixo para cima, e, de súbito, parei rente à sua virilha. — Tá apenas com saudade de me ouvir gemer?

Sua mão veio parar em cima da minha e deslocou-a com delicadeza para onde ele queria que ela estivesse (desde o início daquela conversa).

— Tô com saudade de fazer você gemer. Existe uma leve diferença.

Ainda segurando minha mão, ele se inclinou para me beijar. Enquanto me beijava, novamente guiava minha mão numa massagem caprichada no próprio pau, agora por baixo do lençol. Havia nele, no contato pele a pele, um calor aconchegante.

Percebi-me quente a despeito do ar-condicionado no talo. E não ficara tão quente à toa. Sorrateiramente, sua mão caminhara através do colchão até a minha boceta, onde operou sua mágica e a deixou úmida em um piscar de olhos.

Confiante em seus poderes mágicos, ele fez um de seus dedos desaparecer. Em seguida, fez um segundo sumir de vista. Quando menos esperava, três de seus dedos sumiram. Tinham ido parar dentro de mim. Não demorou muito para eles começarem a entrar e sair e eu deixar escapar meu primeiro gemido — nada parecido com sua imitação.

Luz VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora