Capítulo 30

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— Regulus Black —

— Tem certeza? — devo estar perguntando isso pela centésima vez.

— Absoluta. Você está exagerando, eu sou perfeitamente capaz de ficar de repouso nesse apartamento, bello¹. — não parece.

A versão de repouso da Marcella não inclui sentar e assistir televisão. Até ágora ela já tentou reorganizar as estantes e o closet por cor, trocar móveis de lugar e reorganizar o quarto de brinquedos da Chiara.

— Eu não acredito em você. — digo e ela parece se divertir com isso. — Willa, não deixa a senhora Black mover um músculo. Por favor, ela não é boa em seguir ordens médicas. —

— Eu fico em olho nela. Mestre Regulus. — Willa me responde.

— Eu estou ouvindo. — Marcella finge reclamar.

— Sou seu marido, é minha obrigação cuidar de você, Doutora. — digo e ela sorri. — Tem certeza que vai ficar bem sozinha? —

Tudo de trabalho que eu pude fazer de casa pra ficar com Marcella, eu fiz. E os dias que estive no escritório chamei alguém pra ficar aqui. Pandora, Barty, Evan, Lorenzo, Melitza, Lily, Sirius. Ela não ficou sozinha um só dia. Talvez eu tenha exagerado um pouco, só talvez.

— Não estou sozinha, Willa vai ficar comigo. Você tem colocado gente pra vir a semana inteira. — ela fez uma pausa e apertou a ponte do nariz. — O seu irmão veio e não parou de falar das atualizações que ele fez na moto. Sabia que dá pra trocar o couro de vaca do banco por couro de dragão? Interessante? Eu não achei. — ela brinca.

O bom humor costumeiro da minha esposa voltou ao normal. Ela parece muito melhor do que semana passada, o rosto tomou cor de novo e ela vive reclamando sobre o repouso.

— Foi um momento de desespero. — disse e ela riu. — Eu devo chegar mais tarde hoje. Te amo. — aviso e envolvo a cintura dela com as mãos.

— Bom trabalho, amore mio². Te amo. — disse e me puxou para um beijo.

Nunca em cem anos eu iria esperar que Marcella me dissesse essas palavras logo depois do que aconteceu. Nem que iríamos nos acertar até todo o problema com a Daphne estar resolvido. Mas aconteceu e passamos a dizer isso pro outro todo dia, geralmente quando eu saio pro trabalho ou pouco antes de dormir, quando estamos agarrados na cama.

Não imaginei que eu fosse gostar de estar casado e com certeza nunca imaginei dizer pra minha esposa que a amo, provavelmente porque eu nunca imaginei que pudesse ser tão fácil.
Não foi difícil conversar com ela ou apreciar a companhia dela, só aconteceu, um dia eu acordei e percebi que não queria mais ficar sem ela. Por sorte já éramos noivos.

Vou pro escritório, tento falar com meu pai pela vigésima vez no dia. Fiquei atolado com o serviço até muito depois do almoço e só parei pra ver as mensagens de Marcella dizendo que Dorcas e Pandora passaram pelo apartamento para vê-la.

Eu estava em uma pilha interminável de formulários do Ministério sobre regulamentações de feitiços quando o incessante toque do meu telefone começou a me incomodar.

Falo com algum parente de Orion Black? — um homem com um forte sotaque francês fala do outro lado da linha.

— O filho dele. O que quer? — respondo.

Contrato de Casamento - Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora