— Pandora Lovegood —
Acordei em um lugar estranho. Não que a decoração seja feia, mas eu não o reconheço e certamente não é o mesmo quarto que fui dormir. Com certeza é a casa de alguém, mas quem? E porque estou aqui?
Apesar de caminhar pelo local, eu não sinto o peso do meu corpo, o que pela minha experiência significa que estou tendo uma visão. Eu nunca consegui controlá-las e nem sempre sou capaz de interpretar seus significados. E por mais que, muitas das vezes, eu queira me livrar logo delas, sei que é menos desgastante simplesmente deixar que passe sozinha.
Como aceitar que a maré leve o seu corpo de volta até a areia.Ando pelos corredores decorados em estilo barroco afim de encontrar aquilo que deseja ser revelado para mim. Tem uma grande quantidade de luz do sol entrando pelas janelas, quadros sem identificação impossibilitando que eu saiba a quem pertence a casa.
Ao final do corredor mais extenso havia uma porta toda preta que se diferia das outras e soube que tinha achado o que eu precisava. Atrás da porta havia uma sala, igualmente bem decorada, paredes creme com detalhes em dourado, estantes de carvalho com muitos livros, uma mesa de centro com um vaso de cristal cheio de tulipas mortas. Não somente secas ou morrendo, mas completamente mortas.
Havia uma mulher sentada de costas para a porta em uma cadeira de balanço e a sua frente havia um berço de madeira com um mobile, mas nenhum bebê. Pude jurar que vi uma barriga de grávida de relance, mas não tenho completa certeza.
Dois homens elegantes apareceram na sala conversando, porém eu não conseguia ouvir o que diziam, era como se a sala estivesse dentro de um aquário que me impedia de saber o assunto que tratavam. Eles brindaram em direção a mulher na cadeira de balanço e depois uniram os próprios copos. Quando o fizeram sangue começou a escorrer por entre a mão e os copos, mas eles não pareceram notar. A mulher se levantou ainda de costas e pude ver seu longo cabelo loiro, parecia que ela ia se virar e me permitir ver seu rosto, mas tudo virou um clarão.Acordei num susto, como se minha alma tivesse caído de uma só vez de volta no meu corpo e estava novamente no meu quarto.
— Outro sonho? — Xenophilius me pergunta assim que abro os olhos.
— Sim, mas não faço ideia do que significa. — respondo.
— Não se preocupe, na hora certa vai fazer sentido. — me tranquiliza.
Ele está certo, essas premonições não servem para alterar o futuro, apenas revelar o passado ou trazer clareza para o presente. Ainda que essa não tenha feito nenhum dos dois.
— Quer panquecas ou torradas com ovos hoje? —
— Acho que só um chá, estou meio enjoada e prometi ao Regulus que ficaria com a Marcella hoje enquanto ele trabalha. Orion ainda está viajando. — digo.
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Contrato de Casamento - Regulus Black
FanficApós Sirius fugir de casa e receber a herança de nosso tio Alphard, toda a responsabilidade como herdeiro Black ficou pra mim. Inclusive o contrato de casamento que nossos pais prepararam desde que ele tinha seis anos.