Contrato de Casamento - Regulus Black

Capítulo 26

— Marcella Black —

Eu simplesmente não consigo acreditar que estou casada há quase sete meses. É loucura imaginar o quão bem as coisas terminaram pra nós.
Quando eu pensava em casamento, nunca imaginei que eu poderia ser tão feliz vivendo com meu marido e Chiara. Gosto da rotina que temos, de como passamos nosso tempo juntos quando estamos casa, adoro que nossa casa seja cheia de vida e me alegra ver o quanto Regulus se importa com a Chiara e como a trata. Isso sempre me derrete.

Como por exemplo, outro dia Regulus chegou do trabalho com uma fantasia de princesa para Chiara usar no Halloween. Ela adorou e ficou super empolgada para pedir doces pela primeira vez, então fui obrigada a pedir folga no dia das bruxas.
Uma das primas de Regulus se ofereceu pra ir conosco, achei que seria divertido, pois eu gosto de Andrômeda e a filha dela é apenas quinze meses mais velha que a Chiara então acho que as duas vão se divertir juntas.

Pelo que eu entendi ela foi banida das festas de família por se casar com um nascido trouxa, o que eu achei ridículo. Meu marido disse que seria igual com Sirius caso um dia ele decida se casar com alguém que não seja uma bruxa de sangue-puro.

— Você vai pedir doces com a gente mais tarde? — Chiara perguntou ao Regulus assim que se sentou pra tomar café da manhã.

— Eu não sei, princesse¹. Se eu conseguir sair do trabalho a tempo. — ele responde.

Confesso que às vezes fico com ciúmes de como os dois se dão bem. Eu nunca tive que dividir a Chiara com ninguém, nem com o meu pai. Ela era minha princesinha primeiro, mas estou disposta a deixar meu marido mimar ela um pouco de vez em quando.
Principalmente porque hoje eu não acordei me sentindo muito bem.

— Andrômeda e a filha dela, Nymphadora, vão com a gente, bambolina. —

— Convidou Andy e Dora? — ele me perguntou e eu fiz que sim com a cabeça.

— Eu não sei quem são. — Chiara anuncia.

— Andrômeda é prima do Regulus, ela tem uma filha um pouco mais velha que você. — expliquei.

— Chá de gengibre com mel e limão, Senhora Marcella. — Willa diz me entregando o caneco fumegante.

— Obriga, Willa. — agradeço antes de tomar uma golada e quase queimar a língua.

— Sem café hoje, Doutora? — Regulus me pergunta.

— Acordei com o estômago revirado. Devo ter comido alguma coisa que não caiu bem, provavelmente na cafeteira do hospital. — respondo.

— Se quiser podemos pular a festa do Sirius e ficar em casa. — me oferece.

— Ah não, bello². Até a noite eu já vou estar bem. Além disso, Barty falou tanto dessa festa que eu preciso ver com os meus próprios olhos. — disse e ele riu.

— Halloween sempre foi o feriado favorito do Sirius. —

— Eu convidei Enzo e Melitza, acha que ele vai se importar? —

— Duvido que ele sequer note. — disse, se levantou e me deu um beijo. — Até mais tarde, ma belle³. —

— Até mais tarde, amore⁴. —

Meu marido foi trabalhar, Chiara foi para o colégio, eu fiquei sozinha em casa e resolvi aproveitar.
Preparei um banho de banheira relaxante, acendi algumas velas, coloquei uma música ambiente e separei o livro O Retrato - Nikolai Gogol.
Os russos tem uma habilidade para escrever histórias que me fascinam. Esse livro em específico é bem curtinho, mas super interessante. É sobre um quadro diabólico que tem o poder de despertar a perversidade em quem entra em contato com ele.