Capítulo 28

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— Marcella Black —

Dors bien, mon amour. Je t'aime. J'espère que tu me pardonneras un jour.(Durma bem, meu amor. Te amo. Espero que me perdoe um dia.)

Não tenho certeza se realmente escutei Regulus sussurrar isso pra mim enquanto eu pegava no sono ou se estou imaginando coisas pelo cansaço extremo, ouvindo o que eu gostaria. Não importa.

Quando acordei após o plantão mais longo da minha vida, eu estava sozinha em casa, tinha tirado um cochilo de 17 horas e estava renovada, mais ou menos.
Por mais que eu tente, eu não consigo esquecer a imagem de Daphne grávida me esperando na recepção, ela tentando me dispensar da minha casa como se eu fosse uma amiga do meu marido. Arg.

Ainda que eu não queira, tenho culpado Regulus por toda essa situação. De certa forma ele tem culpa já que o envolvimento dele com Daphne nos trouxe até aqui. Sei que ele diz não se lembrar e acredito nele, mas me incomoda que ele não consiga dizer com certeza que não aconteceu. Me incomoda mais ainda o fato de estar esperando um menino, um herdeiro que pode passar o sobrenome adiante. Esse pensamento tem me corroído, não é pra menos que estou com uma azia assassina nos últimos dias.

Talvez seja horrível da minha parte admitir isso, mas tenho rezado para Daphne aparecer no hospital, assim eu poderia pressionar ela pra saber se é verdade ou poderia descobrir algo com o médico dela, porém não aconteceu. Estive torcendo pra esse mês acabar e esse menino nascer pra descobrir se ele é mesmo filho do meu marido, e espero muito que não seja pois não sei se nosso casamento voltaria a ser o que era antes daquele dia, caso o teste de paternidade de positivo.

Chiara voltou do colégio pedindo ajuda com um trabalho e nos sentamos à mesa para fazê-lo, nós duas jantamos com Regulus e vimos metade de Moana pois Chiara caiu no sono.
Meu marido carregou Chiara até a cama e apagamos as luzes do quarto dela, fomos paro o nosso quarto e nos deitamos para dormir também.
Confesso que é muito mais fácil ficar com raiva e ignorá-lo quando não estamos os dois em casa. Pois nesse momento, o vendo dormir tão bem ao meu lado, a minha única vontade é abraçá-lo e apoiar a cabeça em seu peito pra dormir enquanto ele acaricia as minhas costas, como geralmente fazemos até pegar no sono.

Minha frustração não me permite dormir então faço a única coisa que sempre me faz esquecer dos meus problemas. Cuidar dos problemas de outras pessoas, problemas que eu posso resolver.

A madrugada começou parada e aproveitei para fazer a parte burocrática dos prontuários, conforme se aproximava do nascer do sol surgiram alguns casos interessantes e consegui arrastar Lara comigo para alguns atendimentos.

Parei para almoçar meio tarde e é a última coisa de que me lembro antes de acordar numa cama de hospital. Meu uniforme havia sido removido e substituído por uma camisola de hospital, eu não entendia o que estava acontecendo.

Será que desmaiei de cansaço? Eu tenho dormido em lugares estranhos, mas não faria sentido acordar aqui por isso.

Meu prontuário não está no quarto, mas posso dizer que tiraram meu sangue pelo curativo no meu braço. Também não vejo meu celular em lugar nenhum.

— Marcella? — escuto a voz baixa do meu marido e me viro pra ver seu semblante preocupado. — O que aconteceu? — ótima pergunta.

Contrato de Casamento - Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora