Contrato de Casamento - Regulus Black

Capítulo 6

— Marcella MacMillan —

Meu pai pareceu muito satisfeito com o progresso do meu noivado com Regulus. Assim que o aniversário de Chiara acabou e ele saiu de nosso apartamento, meu pai me elogiou pela primeira vez em muito tempo. Sinceramente nem sei quando foi a última vez que ele me elogiou antes de hoje. Ele não me elogiou quando passei nos N.O.Ms e N.I.E.Ms no mesmo ano; não me elogiou quando passei pro ensino superior de medicina bruxa com apenas 16 anos; não me elogiou quando consegui a vaga na residência e não me elogiou por estar concorrendo a 1 de 3 vagas para a especialização no St. Mungus. Todas essas são conquistas que eu queria e os elogios são sempre reservados para as conquistas que ele quer de mim.

— 'Parabéns Marcella, eu fico feliz que esteja aceitando bem o seu papel. Sua mãe estaria orgulhosa.' — eu repito o que ele acabou de me dizer pra Melitza. — Dá pra acreditar nisso? Em que mundo ele considera isso um elogio? —

Ele me elogiou do jeito dele.

— Você abafou o quarto? — ela me perguntou como se não soubesse a resposta.

— Óbvio, ele poderia estar do outro lado da porta que não ouviria nada. — digo acendendo um baseado.

Eu sei que digo muito isso, mas eu realmente sei que não deveria fumar maconha, porém essa noite foi estressante para caralho, eu não estou de plantão e não tenho absolutamente nada pra fazer amanhã. Eu só quero ficar chapada e cair no sono.

— Pelo menos ele ficou satisfeito. — completo depois de soltar toda a fumaça da tragada.

— Você não pareceu insatisfeita também. — ela me diz com um tom de voz insinuativo.

— O que quer dizer? — pergunto sem rodeios.

Sinceramente não tenho cabeça para adivinhar.

— Mensagens de texto, presentes, chamadas de vídeo e agora vocês se beijam? Quando isso aconteceu? — ah, isso.

— Aconteceu ali, na sua frente, mas não se empolga, não. É só cena Melitza. Estamos atuando pra agradar os nossos pais, esqueceu? —

— Encenou o rubor no seu rosto? — ela vai me alfinetar com isso por um tempo.

— Não, eu fiquei com vergonha, por isso fiquei vermelha. — eu também não estava esperando, foi muito rápido.

— Se tá só atuando pro seu pai, porque ficou conversando com ele a noite toda? —

— Porque eu sou educada, Melitza, aqui é minha casa e ele era meu convidado, queria que eu fizesse o que? Mandasse ele calar a boca? Ignorasse? Tapasse a boca dele com fita? —

— Isso seria um tremendo jeito de interromper a conversinha de vocês. — ela dá uma tragada longa e continua. — e o que é aquilo de 'Doutora'? —

— Eu sou médica. Literalmente. Não interprete mais do que existe, mia cara¹. —

— E você chama ele de bello² por que motivo? —

Ok, talvez seja estranho considerando que foi a primeira vez que nos vimos desde a sorveteria.

— Porque ele é bonito. Não é óbvio? — é a verdade, eu acho ele é bonito. — Particularmente não acho que ele perca pro irmão no quesito aparência. —