Capítulo 14

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BIANCA MONTANARI (+18)

Digito mais alguns códigos e espero a resposta do sistema. Estão tão feliz por finalmente estar acabando o Olimpius que poderia fazer uma dancinha da vitória pela sala de estar. Com direito a canção de parabéns para mim, dancinha dos braços, remexida do quadril e tudo. Mais alguns códigos, um punhado de horas e realmente vou poder me parabenizar.

Ai, garota você é demais!

Meus olhos estão queimando, eu provavelmente deveria me lembrar de piscar ocasionalmente e a luz a tela do computador parece fazer um trabalho extra em queimar minhas pupilas, mas isso é um mero detalhe. Eu estou finalmente acabado, palmas para mim!

Pelo menos eu estaria se continuasse a digitar, mas enquanto meus dedos mexiam descontroladamente sobre as teclas do teclado o perfume marcante de Luca - sabendo como a Mãe Natureza foi absurdamente generosa com esse mero mortal, eu não ficaria surpresa se fosse seu cheiro natural e não proveniente de um frasco de vidro -. Enfim, a injustiça a da vida.

Desvio meus olhos do tela e olho na direção da entrada da cozinha, demorou alguns segundos e muitas muitas piscadas para que meus olhos se hidratassem e eu conseguisse focar em alguma coisa que não seja uma sequência codificada.

Não foi exatamente uma surpresa quando encontrei o senhor eu-sei-que-sou-fodidamente-sexy Santinelle encostado no batente da entrada com os braços cruzados. Blusa social branca com mangas dobradas até o antebraço, um fina gravata preta - que certamente custa mais que todo o meu guarda roupa -, calças sociais azul escuro e um sapato social preto tão ilustrado que me cegou por um momento. Sejamos sinceros aqui, o homem sabe que é bonito e ainda tem a ousadia de se vestir de modo que fique ainda mais bonito. O que se faz em uma situação assim? Partimos para a agressão?

Volto meu olhar por todo o seu corpo até finalmente alcançar a perdição humana, o presente criado pelos deuses para levar as almas desavisadas a pecarem, a perfeição genética cuidadosamente criada para estar no rosto de alguém tão indigno: os olhos. Observando os inquietantes olhos azuis, em um tom tão único que me faz questionar todo o meu conhecimento científico por tamanha perfeição, consigo constatar que jamais poderia partir para a agressão. Machucar um rosto tão bonito certamente condenaria minha alma ao inferno e... Por Dio, Bianca. Onde está seu foco, mulher? Foco!

-Você sabia que seus olhos levam as mulheres a terem fantasias sujas com você? Certamente há muitas almas desavisadas condenadas ao sofrimento eterno graças aos seus olhos. Isso é muito injusto.

Luca solta uma gargalhada alta - não precisamos destacar que o som teve efeito direto em minhas roupas íntimas, mas vamos manter aqui para registro - e me sinto uma idiota por mais uma vez mostrar que me falta filtro entre meu cérebro e minha boca. Será que encontro um na internet? Deve haver um site de compras online ou algo assim.

-Então você tem fantasias sujas com os meus olhos? Isso é bem interessante.

-Eu não disse que eu tenho, eu disse que almas desavisadas têm.

Orgulho para que? Eu não sei o que ainda tento resgatar, já que o pisoteei e provavelmente ateei fogo. Ai Bianca, se você me ajudasse a te ajudar as coisas poderiam ser diferentes, mas você não colabora e no final só faz papel de doida. Espero que esteja feliz com isso, garota, porque seu subconsciente está se perguntando o que fazer com você.

Luca caminha até o sofá onde estou a passos lentos, até mesmo predatórios, enquanto suas piscinas infinitas de azul focam diretamente em meus olhos. Me remexo inquieta no estofado quando seus dedos agarram meu notebook e o colocam na mesinha de centro. Sinceramente eu já nem lembro o que estava fazendo antes, algo sobre danças e musiquinhas vergonhosas talvez.

-Já pensou em se casar, Bianca? - Luca se acomoda ao meu lado, uma de suas pernas dobradas sobre o assento enquanto a outra se mantém firme no chão, seu troco de frente para mim faz com que o tecido caro e sob medida se agarre ao seu corpo de uma forma que deveria ser considerado crime.

O que ele perguntou mesmo? Acho que meu juízo não está mais presente e o posso ter visto pelo canto do olho meu amor próprio se jogando pela janela.

-O que?

-Você já pensou em se casar? - Seus dedos roçam em meu pescoço quando Luca empurra meu cabelo para trás, tirando-o fora de seu caminho antes de inclinar-se e depositar um beijo molhado em minha carne.

Eu deveria ter respondido algo, certamente foi essa a minha intenção, eu até abri minha boca! Não foi culpa minha se tudo o que saiu foi um gemido baixo. Eu disse que meu juízo não está mais presente.

-Hm? - Luca insiste novamente antes de mordiscar meu pescoço, minhas mãos agarram o tecido do sofá e luto para conseguir formar uma frase coerente.

-S-sim. E-eu quero me casar. Ai, minha nossa.

Sua trilha de beijos seguem do meu pescoço para minha mandíbula, seguem o formato do meu osso até que consiga subir por meu queixo e chegar a lateral da minha boca.

-Eu preciso me casar rápido. - Seus dentes mordiscam meu lábio inferior e eu sinto meu corpo se transformar em gelatina - E eu quero me casar com você.

-Por que rápido? - Minha voz saiu ofegante, como se eu tivesse corrido uma verdadeira maratona e para o desespero do meu juízo, não consegui impedir quando uma mão de Luca subiu pela barra do meu vestido e agarrou a lateral da minha calcinha.

Oh, minha nossa. Nossa, nossa, nossa!

-Pelo bem da Famiglia, querida. - Luca se debruça mais contra mim e sou obrigada a me deitar no sofá macio - Eu preciso me casar e quero você.

Sem me dar chance para argumentos, Luca sobe meu vestido e termina de tirar minha calcinha de seu caminha. Posso ser inexperiente, mas não inocente e quando ele se afasta um pouco e fica de joelhos no sofá antes de afastar minhas pernas e beijar a parte interna da minha coxa eu já sei o que estar por vir. Mais uma vez, para registro, saber o que virá e estar recebendo a coisa de fato são completamente diferentes.

Luca beija por toda a minha coxa, mordiscando algumas vezes antes de finalmente chegar e me fazer ver toda a via láctea. É uma sensação estranha no começo, mas com toda a sua atenção e carícias em meu ponto mais sensível eu me derreti no sofá, me dignando a não ser mais que uma massa maleável para suas habilidades.

Meus dedos inquietos procuravam algo para agarrar, por isso uma mão se fechou contra o tecido do sofá e a outra em seus cabelos. No momento eu estava ocupada demais querendo o orgasmo que sua língua está me prometendo para me preocupar com a vergonha de estar moendo contra seu rosto. Estou ofegante, chamando por seu nome e dado pequenos gemidos quando suas investidas em meu clitóris aumentam.

É o decreto para meu fim, eu sei disso. Meus olhos se fecham, minha boca se abre, minhas costas arqueiam do sofá e o clímax me domina, um tremor grande percorrendo todo o meu corpo enquanto Luca continua com suas carícias. Meu corpo amolece no sofá, pronto para fundir-se ao móvel, quando aquele par de olhos malditamente lindos azuis aparece diante de mim assim que ele se deita sobre mim, dando-me um beijo casto nos lábios.

-Vai se casar comigo?

-Não, casamento é algo sério e sagrado e você não me apresentou nenhum argumento bom para que eu aceite passar o resto da minha vida com você. Seja mais convincente.

-Oh, eu posso ser muito convincente. - O sorriso de badboy em seu rosto não deixou margem para dúvidas.


O Matador - Contos Santinelle 01Where stories live. Discover now