LUCA - razão da minha libido - SANTINELLE
-Tudo bem. - Encaro o relógio em meu pulso para verificar as horas antes de guardar minhas mãos no bolso de minha calça social - Você está me fazendo perder tempo, senhor Edwards e eu detesto perder tempo.
-Vamos acelerar as coisas e poupar todos aqui. - Meu irmão o olha com tédio, seu terno perfeitamente alinhado - Eu tenho coisas marcadas para hoje e tenho que tornar meu tempo útil.
Olho para o homem pendurado por correntes como um animal pronto para o abate. Com um longo suspiro decido que não vale minha perda de saliva tentando dialogar com um idiota. Vou até a mesa de utensílios e abro meu blazer, dobrando e colocando-o sobre a mesa antes de soltar os botões do pulso dobrando as mangas de minha camisa social tomando o meu tempo para realizar a tarefa.
Pietro permanece imóvel, olhando para Edwards como se tentasse ler sua mente. Escuto as correntes balançarem quando o animal tenta mexer os braços. Eu ainda não entendo porque eles lutam, porque eles tentam escapar mesmo sabendo que uma vez aqui dentro conosco não há como sair vivo. Idiotas.
Olhando para os brinquedos na mesa estudo por onde começar. Uma faca? O soco inglês? O chicote? Não, preciso de algo que possa me ajudar a descontar toda a raiva e frustração que sinto por ser obrigado a conviver sob o mesmo teto que Bianca. Eu não bato em mulheres, mas o conflito de querer estrangular e beijar Bianca é um inferno na minha cabeça. Dito isso, decido pegar o martelo.
Pietro se afasta à medida que me aproximo de Edwards, seu rosto inexpressivo como o homem acostumado a esse tipo de coisa em sua vida. Quando eu assumir o cargo de Capo Pietro não poderá continuar seu trabalho no hospital da Famiglia, ele será o segundo e tudo o que não precisamos é que ele esteja dividido entre nossas atividades e sua rotina hospitalar.
-Quem o enviou para pegá-la? - Questiono enquanto abro os dois primeiros botões de minha blusa social.
-Eu não vou dizer nada. - Ele tenta parecer sério, mas consigo perceber quando ele toma uma longa respiração na tentativa de acalmar-se.
-Ora, que surpresa! Os animais como você abatidos aqui quase não falam isso, não é mesmo Pietro?
-Eu acho impressionante como todos preferem o caminho mais doloroso. - Meu irmão caminha lentamente em sua direção até estar parado ao meu lado, seus pulsos unidos nas costas e seus olhos gélidos focados nos de nossa presa - Deixe-me contar algo, senhora Edwards, uma vez que todos entram aqui dentro eles não saem. Você entrou e não vai sair. Agora você pode escolher gritar e sangrar até sua alma ir para o inferno ou ter uma passagem rápida.
O animal nada respondeu, apenas cometeu a ousadia de cuspir em mim. Seu alvo era meu rosto, mas acabou pegando em meu ombros e antes que qualquer outro pudesse pensar em algo joguei meu braço para trás e acertei o martelo em seu maldito joelho.
Edwards jogou a cabeça para trás e cerrou os dentes tentando conter o grito de dor que lutava para escapar. Pietro me estendeu um lenço para que eu pudesse limpar seu cuspe em minha blusa. O rodeei para analisá-lo melhor, antes de pegar impulso novamente e bater com o martelo em seu outro joelho.
-Pietro, pegue a adaga.
Meu irmão vai até a mesa e me trás o utensílio pedido depois que bato com o martelo em suas costelas. Não foi forte o suficiente para quebrar seus ossos, mas causou-lhe uma bela dor. Entreguei o martelo para Pietro e peguei a adaga. Para facilitar as coisas os soldados já haviam retirado a camisa de Edwards antes de pendurá-lo. Como meu irmão pegou a adaga afiada, fiz nosso símbolo em seu peito. A fina linha em formato de 'S' que cortava seu tronco do peito ao cós da calça já começava a sangrar. Nada que o fizesse perder a consciência ou sangrar até a morte, apenas o faria sofrer com a ardência dos cortes.
-Quem enviou você? - Meu irmão pergunta novamente e o homem apenas balança a cabeça. Sem paciência finco a lâmina em sua clavícula e a retiro para que o sangue comece a escorrer sem controle. Edward grita e se debate, mas não poderia me importar menos. Coloco a adaga novamente em sua carne e a deixo por lá.
É melhor que ele veja o instrumento pendurado em seu corpo, cravado em sua carne, seu sangue quente escorrendo por seu caminho até o chão. Volto para a mesa e pego uma nova faca, dessa vez uma cega para que o sofrimento seja maior. O bastardo cuspiu em mim e se recusa a colaborar. Melhor que queime no inferno de uma vez!
Eu não fui em sua direção. Primeiramente fiz meu caminho até a manivela que mantinha suas correntes prendendo-o no ar. Edwards não era um homem alto, então não é difícil alcançar seu rosto enquanto ele está pendurado, mas tive certo prazer ao vê-lo cair no chão com um baque. A adaga crava em sua clavícula deve ter feito um estrago maior com o impacto já que ele soltou um grito alto e gemia de dor. Talvez o estrago feito pelo martelo em seus joelhos não esteja confortável também.
Agora sim eu vou até ele e seguro com força seus cabelos para obrigá-lo a me olhar. Não estou apenas sério como sei que meus olhos mostram a alma atormentada que cada membro da minha família tem, ele sabe que não hesitarei em cortar seu pau para conseguir as respostas que eu quero.
-Você vai me contar. - Bato na adaga em seu corpo, aumentando ainda mais o corte e ele grita antes que eu raspe a lâmina cega da faca em seu pescoço - Se prefere que eu o pendure como um maldito animal novamente e o deixe passar a noite sangrando e sofrendo com a dor até que eu volte amanhã e termine meu trabalho, eu faço. Nós dois sabemos que farei e não tenho problema alguma com isso. Agora abra a sua boca do caralho e conte para que eu possa te matar de uma vez.
-A Famiglia no Canadá está enfraquecida. - Ele fala ofegante, a dor fazendo um grande estrago - Sequestrar a garota era uma forma de ter acesso ao programa e ajudá-los a encontrar seus inimigos sem maiores problemas. O Capo não quer pedir ajuda para o Chefe ou o Don ainda, mas se as coisas continuarem como estão o território será fragmentado.
-E sequestrar uma peça preciosa para a Famiglia era a melhor solução que conseguiram encontrar?
-O Capo está desesperado. - Responde com a voz chorosa - Isso é tudo o que eu sei. Por favor, tenha piedade.
Deixo a faca cair no chão e me levanto. Saco minha arma e dou-lhe três tiros em sua cabeça para garantir que sua morte havia sido rápida o suficiente. Olho para meu irmão e seu rosto está tão sério quanto o meu.
-Precisamos falar com nosso pai e trazer o Capo até aqui.
-Se a Itália intervir, se o Chefe ou o Don intervir, as coisas ficarão muito feias. - Pietro diz, seus olhos refletindo os mesmos pensamentos que estou tendo.
-Uma chacina chamaria atenção e não precisamos de mais esse problema.
-O que faremos então?
-Nós somos os Santinelle, resolveremos isso sozinhos.
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O Matador - Contos Santinelle 01
Storie d'amoreLuca Santinelle detesta tudo o que é puro, tudo o que lembre bondade e delicadeza. Ele é o herdeiro do título de Capo da Famiglia na América, ele não pode ter fraquezas, rachaduras e não comete erros. Luca não vacila e isso o torna imbatível. Até qu...