O Matador - Contos Santinelle 01

Capítulo 16

LUCA SANTINELLE

-Eu juro, senhor Montanari, por minha honra e minha vida que cuidarei de sua filha até meu último suspiro. Vou honrá-la e protegê-la. Bianca estará amparada por minha família e meu sobrenome caso algo venha a acontecer comigo.

-Você desonrou minha filha, Santinelle? - Leandro Montarani flexiona os olhos para mim e tudo o que faço é piscar com tédio.

Para mim, não houve desonra se minhas intenções são casar com a filha dele. Pelo que eu saiba sexo oral não deixa evidências e aproveitei bastante ter Bianca gozando na minha boca enquanto recitava meu nome como uma espécie de salvação. Foi um cazzo de bom, em todas as vezes. Mas a questão é: Enfiei meu pau em Bianca? Não. Tive vontade? Mais do que posso expressar em palavras. Consegui me controlar bem? Por milagre de alguma santa desconhecida, sim. Terminei com um sério caso de bolas azuis? Com certeza, mas consegui.

Não, Bianca não tem nada de inocente. Ela é toda mulher, aquele corpo não deixa espaço para dúvidas e seus malditos olhos brilhantes - a única coisa que poderia, de fato, ser inocente - atuam como hipnotizantes para me prender ali. Sejamos sinceros, eu poderia passar horas apenas olhando para ela de bom grado.

Agora estou aqui, na penitência de convencer o pai dela a me deixar desposá-la. O mundo está louco se realmente acha que esperarei até ter um maldito anel em seu dedo para tê-la. No instante em que o pai dela me aceitar, farei o que estou tão desejoso: Vou foder Bianca de todas as formas inimagináveis.

-Não, não desonrei sua filha. Ela está hospedada em minha casa, mas não violei sua inocência. - Ainda, mas se os santos quiserem isso mudará logo - Se estou pedindo a mão dela é porque sei que sua filha é uma mulher especial e a quero em minha vida. Além disso, ela terminou o Olimpus ontem à noite, não há mais nada que a prenda ao país por isso preciso agir rápido.

-O programa precisa ser entregue na Itália.

-Nós pensamos sobre isso. - Meu pai interrompe - No primeiro momento podemos enviar o você e sua esposa de volta para a Itália com o programa. Faremos as pessoas pensarem que Bianca está ficando para terminá-lo e só anunciaremos o noivado quando vocês estiverem a salvo na Sicília.

-O alvo dos ataques é Bianca e o Olimpus. As pessoas pensarão que ambos estão aqui, sob nossa proteção, não checarão o senhor, sua esposa e suas bagagens. - Volto a falar - Expliquei o plano para Bianca noite passada. Ela esteve um tanto relutante no início, mas concordou que essa é a melhor maneira de agirmos sem levantar suspeitas.

-Estamos lidando com o mandante dos ataques, logo mais ele não será um problema. - Meu pai dá um sorriso perverso.

-Ainda não acredito que Bianca aceitou se casar com um Santinelle. - Leandro fala, parecendo surpreso e descrente sobre suas palavras - Ela não nunca foi uma garota envolvida nos círculos da Famiglia. Estava sempre presa em casa com seus computadores, pensei que não tivesse planos para casamento.

-Nunca pensou em lhe encontrar um prometido? - Pergunto com interesse.

-Com os serviços que minha filha presta à Famiglia? O Conselho dificilmente permitiria qualquer casamento. Eles a veem como valiosa demais para ser desperdiçada como uma esposa.

-Eles não me negarão isso, posso garantir. - Um sorriso satisfeito nasce em meus lábios só por imaginar o Conselho negando minhas intenções de casamento e me dando a oportunidade perfeita para me divertir enquanto descarrego minhas armas em suas cabeças. Se ousarem uma negativa, ficarei mais que feliz em torturá-los até mudarem de ideia.

-É algo para se pensar. - Leandro dá de ombros e me remexo inquieto na cadeira, não era a resposta que eu esperava.

-Por Dio, não faça tanto mistério. Eu detesto isso. - Pietro revira os olhos e se afasta da janela em que estava encostado - Meu irmão pode ser teimoso, grosso e um tanto direto demais para o próprio bem, mas ele é o melhor candidato a marido que o senhor poderia encontrar para sua filha. Bianca teria total liberdade para continuar seus trabalhos e ainda teria uma família para chamar de sua. Ela estaria segura, isso não é importante?

-Tudo bem. Você tem a minha bênção para desposar Bianca. - Leandro exaspera derrotado - E aceito seu plano para o transporte do Olimpus. É o melhor caminho.

-Vamos comemorar essa união! - Meu pai se levanta e vai até seu mini bar preparar quatro copos de uísque no instante em que um alarme alto ressoa no escritório e meu celular comece a vibrar loucamente em meu bolso.

Retiro o aparelho e encaro a tela piscando em aviso, enquanto vibra e emite um som alto. Em um instante estou de pé e saindo do escritório com meu pai, meu irmão e meu futuro sogro atrás de mim. Procuro pela fonte do ataque e meu coração erra uma batida quando o localizador me mostra meu prédio. Minha mãe e Bianca estão lá.

-Onde? - Meu pai pergunta quando saímos para a entrada da casa, já há carros e soldados prontos para irmos, o alarme ressoando por toda a propriedade.

-Meu prédio.

Entramos no primeiro utilitário e saímos a toda velocidade. Começo a mexer em meu telefone para a acessar as câmeras de segurança, apenas para praguejar alto quando encontro um grupo de homens bem armados vagando por escadas e elevadores na direção da cobertura. Ligo as câmeras de dentro da casa e vejo minha mãe e Bianca estáticas no meio da sala, o alarme deve tê-las assustado.

Sei que minha mãe é capaz de se proteger, por mais que não seja a melhor atiradora do mundo, ela sabe usar uma arma, mas Bianca é a garota do spray de pimenta e dada a sua natureza não ficaria surpreso se ela congelasse no instante que apontassem uma arma para ela. Minha mãe começa a se movimentar pela sala, indo para os pontos onde eu guardo meu armamento de emergência e pergunta alguma coisa para Bianca, que nega prontamente com a cabeça.

As duas olham assustadas na direção da porta e Bianca corre para a cozinha, pegando uma das facas no faqueiro do balcão. Mudo a câmera para o corredor e me sinto enraivecido ao encontrar uma parte dos invasores tentando invadir minha porta. Maldição.