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Jiyeon observou Yangcha com atenção enquanto ele finalmente se unia ao treino com os outros guerreiros Daekan. Ele era como uma força imparável no campo de treino, a agilidade e precisão dos seus movimentos eram fascinantes de assistir. Yangcha movia-se com uma graça controlada, um equilíbrio perfeito entre força e velocidade. Cada golpe que desferia parecia quase calculado, mas com uma fluidez que só um guerreiro naturalmente habilidoso conseguiria alcançar. À medida que o observava, Jiyeon sentiu algo que nunca havia admitido para si mesma: uma profunda admiração. Yangcha não era apenas um protetor silencioso; era, sem dúvida, o melhor guerreiro que as forças Daekan tinham a oferecer. Era incrível vê-lo em ação, perceber como ele lia os movimentos dos adversários antes mesmo que eles soubessem o que iam fazer, antecipando cada golpe, cada passo. Havia uma inteligência singular nos seus olhos quando se movia em combate, como se cada movimento fosse parte de uma dança milimetricamente planeada.

Enquanto os outros guerreiros suavam e tentavam acompanhá-lo, Yangcha mantinha-se imperturbável, a respiração constante, como se tudo aquilo fosse fácil. Jiyeon quase se perdeu ao observar a batalha dele contra três oponentes ao mesmo tempo; era uma verdadeira demonstração de habilidade e foco. Ela nunca tinha reparado em como era poderoso vê-lo desta forma, livre, lutando com todo o seu potencial. A admiração cresceu em silêncio no peito dela, e Jiyeon deu por si a sentir uma gratidão inesperada. Embora houvesse sempre uma distância entre eles, Yangcha era leal e dedicado a ela de uma forma que ela começava a compreender. Naquele momento, ela soube que, apesar de todas as barreiras entre eles, ele era um aliado em quem podia confiar verdadeiramente.

Ele deixou-se cair ao lado dela, respirando fundo, o peito subindo e descendo num ritmo acelerado após a intensidade do treino. Pequenas gotas de suor deslizavam pela sua testa, e seus ombros largos ainda tremiam ligeiramente do esforço. Yangcha permanecia em silêncio, como sempre, mas era impossível não perceber a exaustão misturada à determinação em seu olhar. Jiyeon observava-o de perto, notando o quão disciplinado e focado ele era mesmo após um treino tão rigoroso. Apesar do cansaço evidente, havia uma serenidade no seu semblante, como se todo aquele esforço físico lhe trouxesse uma paz interior. Jiyeon soltou uma pequena risada, um som leve e inesperado que chamou a atenção de Yangcha. Ele virou o rosto para ela, intrigado, com um brilho de curiosidade no olhar. Embora o cansaço ainda estivesse presente em sua expressão, ele não conseguiu evitar o leve arquear das sobrancelhas, questionando-a silenciosamente.

— Desculpa — disse ela, tentando conter o riso, mas a alegria era genuína. — É só... nunca te vi assim, a respirar fundo e exausto. És sempre tão... impecável. Quase me custa acreditar que és humano.

Yangcha abaixou o olhar, talvez escondendo uma sombra de sorriso. Estava habituado a manter-se sério e impenetrável, mas a espontaneidade de Jiyeon parecia dissolver um pouco daquela armadura invisível. Yangcha inclinou a cabeça, analisando-a por um instante, antes de pousar as mãos sobre os joelhos, tentando recuperar o fôlego. Havia algo na leveza de Jiyeon, no brilho travesso dos olhos dela, que tornava difícil para ele manter a habitual postura rígida. Em silêncio, ele observava o quanto ela parecia estar a divertir-se ao vê-lo cansado, talvez pela primeira vez desde que se conheciam.

Jiyeon inclinou-se um pouco para ele, com o olhar a correr pelos detalhes que compunham o rosto sério do guarda. Havia algo de reconfortante na presença de Yangcha, até mesmo nas pequenas expressões que ele deixava escapar, e ela achou-se subitamente a pensar em como, por mais que ele tivesse tentado distanciar-se dela, o vínculo que sentia por ele parecia cada vez mais inquebrável.

— Devias treinar mais vezes, Yangcha — disse ela, sorrindo. — Fica-te bem... ser menos sério.

Ele olhou para ela com uma leve descrença, mas não disse nada, apenas abaixou o olhar com uma expressão que beirava o riso. Embora não pudesse falar, o silêncio que se instalou entre eles parecia carregar mais do que palavras.

Arthdal Warrior | YangchaOnde histórias criam vida. Descubra agora