1.8

5 1 0
                                    

O sol iluminava suavemente o quarto quando Jiyeon abriu os olhos. Um novo dia tinha chegado. Olhou ao redor e notou que Yangcha já não estava lá. Suspirou e deixou-se ficar deitada por mais alguns momentos, perdida em pensamentos sobre tudo o que tinha acontecido nos últimos meses. Era difícil acreditar na intensidade de tudo o que vivenciara: as revelações, os sentimentos por Yangcha, a profecia... Era como se a sua vida tivesse virado do avesso.

Enquanto os pensamentos dançavam na sua mente, a porta do quarto abriu-se bruscamente, e a figura de Tealha irrompeu pelo espaço.

— Jiyeon! — disparou com um tom afiado. — Estás a pensar que isto é um hotel? Levanta-te imediatamente! Já estás atrasada para ir para a cozinha!

Jiyeon sentou-se apressadamente, ainda sonolenta, mas a indignação rapidamente substituiu qualquer traço de preguiça.

— Mãe, bom dia para ti também... — murmurou, com um tom sarcástico.

— Não estou com paciência para ironias! — Tealha rebateu, com os olhos estreitados. — Já te avisei que tens de cumprir as tuas tarefas na cozinha. Se achas que és especial por seres filha do Tagon, estás muito enganada!

Jiyeon respirou fundo, tentando manter a calma diante da irritação evidente da mãe.

— Vou já, mãe... — respondeu, levantando-se devagar.

Tealha cruzou os braços, como quem não acreditava na promessa, e lançou um último olhar de reprovação antes de sair, batendo a porta atrás de si. Jiyeon soltou um longo suspiro, passando as mãos pelo rosto.

— Mais um dia... — murmurou para si mesma, preparando-se mentalmente para enfrentar os desafios que o aguardavam.

Quando Jiyeon chegou à cozinha, Hae Too-Ak já estava ocupada a preparar os ingredientes para o dia. A mulher, com a postura rígida e os olhos severos, lançou-lhe um olhar que era tão cortante quanto uma lâmina.

— Finalmente, alteza. — disse, com ironia. — Acha que o pão se faz sozinho?

— Peço desculpa pelo atraso, — disse Jiyeon, tentando manter a calma, embora soubesse que nenhuma explicação iria satisfazer Hae Too-Ak. — Estou aqui para ajudar.

— Ajudar? — Hae Too-Ak bufou. — Não, querida, aqui não se ajuda. Aqui trabalha-se. E hoje vais trabalhar o suficiente para compensar o tempo perdido.

Jiyeon respirou fundo, mordendo a língua para não responder. Sabia que qualquer sinal de fraqueza seria aproveitado para mais repreensões. Começou a seguir as instruções de Hae Too-Ak, que, entre ralhetes e ordens, mostrava-lhe como amassar a massa de pão.

— Mais força, Jiyeon! — ralhou Hae Too-Ak, cruzando os braços. — Parece que nunca trabalhaste um dia na vida!

"Talvez porque não trabalhei," pensou Jiyeon, mas manteve-se em silêncio. Continuou a amassar a massa, focando-se nos movimentos repetitivos para tentar afastar os pensamentos que a perseguiam. A cada movimento, lembrava-se de Yangcha e da forma como ele limpou a farinha do seu cabelo na noite anterior.

"Será que ele está bem?"

O dia parecia interminável. Hae Too-Ak não dava tréguas, corrigindo e apontando falhas em tudo o que Jiyeon fazia. A cada crítica, Jiyeon sentia o peso das expectativas que a rodeavam, mas não deixava que isso transparecesse. Sabia que era isso que Tealha queria: dobrá-la, humilhá-la. Finalmente, encontrou um momento de pausa. Sentou-se junto a uma janela estreita da cozinha, tentando recuperar o fôlego. Observou o pátio, esperando ver a figura de Yangcha entre os guerreiros, mas não o viu.

"Deve estar a patrulhar," pensou, tentando acalmar a preocupação que começava a crescer.

— Achas que estás aqui para passear? — a voz de Hae Too-Ak interrompeu o seu devaneio.

Arthdal Warrior | YangchaOnde histórias criam vida. Descubra agora