Quando Mubaek e Tanya finalmente saíram do templo, Jiyeon e Yangcha deixaram o seu esconderijo. O peso da informação ainda pairava no ar, e Jiyeon não conseguia afastar o pensamento sobre a profecia e o nome de Eunseom. Ela andou alguns passos, ainda processando tudo o que tinha ouvido, antes de se virar para Yangcha, sua expressão séria.
— Eu estou completamente chocada com isso. — Ela disse, a voz carregada com uma mistura de incredulidade e frustração. — Como é que tudo isso está tão ligado, e eu nem sequer sabia do Eunseom? Quero saber quem ele é, Yangcha. Eu preciso saber.
Yangcha parou, olhando para ela com uma expressão pensativa. Por um momento, ele permaneceu em silêncio, o olhar distante, como se estivesse a pesar suas palavras, a hesitar. Jiyeon notou imediatamente a hesitação dele e sentiu um frio na espinha. Yangcha sabia algo. A forma como ele estava a olhar para ela, o jeito como se mantinha quieto... Ele sabia mais do que estava disposto a revelar.
Jiyeon não esperou. Ela deu um passo à frente, fuzilando-o com o olhar.
— Sabes quem ele é, não sabes? — Sua voz estava agora mais firme, desafiadora. — Não me olhes assim, Yangcha. Tu sabes, não é? Quem é esse tal de Eunseom?
Yangcha suspirou, claramente incomodado, mas ainda sem responder. Jiyeon percebeu que ele estava a lutar consigo mesmo, como se fosse difícil para ele decidir se devia ou não revelar o que sabia. Ela não era ingénua; as reações de Yangcha nunca passavam despercebidas.
— Por favor... — Ela murmurou, mais suavemente, agora. — Eu preciso saber. Não podemos continuar no escuro com isso. A profecia, o sino, a espada, o espelho... tudo gira à volta disso. E se Eunseom for parte disso, temos de entender quem ele é.
Yangcha olhou para ela, o rosto impassível, mas algo no olhar dele mudou. Ele estava claramente a lutar contra algo. Por fim, ele baixou os olhos e, por um breve momento, Jiyeon achou que ele não iria dizer nada. Mas então, com um olhar furtivo, ele se aproximou um pouco mais e, com a cabeça ligeiramente inclinada, olhou-a de novo. Yangcha permaneceu em silêncio por um longo momento, como se estivesse a ponderar o que deveria ou não revelar. Jiyeon observou-o, percebendo que estava prestes a dizer algo muito importante. Ele fechou os olhos por um instante, como se procurasse forças, e então, com um suspiro profundo, finalmente falou.
"Eunseom... faz parte da tribo de Tanya."
Jiyeon franziu a testa, absorvendo as palavras dele. O nome "Eunseom" soava estranho, mas ao mesmo tempo, algo no fundo dela se mexeu, como se aquele nome tivesse mais peso do que ela queria admitir. Yangcha continuou, sem dar tempo para ela questionar.
"Há uns meses, ele atacou o castelo. Tentou salvar a tribo dele, porque Tagon havia feito deles escravos. Ele foi até lá, enfrentou a nossa gente. Ele não se importou com o poder ou com as consequências. Ele só queria libertá-los." Yangcha fez uma pausa, como se o peso da lembrança o tivesse atingido de novo. "Eu lutei com ele naquela altura. E, Jiyeon, ele... ele tinha o rosto completamente igual a Saya."
Jiyeon congelou, os olhos arregalados ao ouvir aquilo. Igual a Saya? Ela sabia que Saya tinha um rosto muito único, mas o que Yangcha estava a dizer agora era impensável. Ela olhou para ele, procurando entender.
— Igual a Saya? — Ela repetiu, a voz tremendo. A mente dela começou a girar, tentando conectar as peças do quebra-cabeça que nunca fizera sentido. — Mas... então, quem... quem é ele realmente?
Yangcha baixou o olhar, visivelmente incomodado, mas não parou.
"Eles são... irmãos gémeos. Quer dizer...vocês são gémeos."

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Arthdal Warrior | Yangcha
FanfictionJiyeon, filha secreta de Tagon, faz parte das Forças Daekan. Ela também é uma Igutu (ser nascido da união entre um humano e um Neanthal (uma raça poderosa e sobre-humana). Eles possuem habilidades físicas superiores, como força e resistência, e tem...