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Yangcha liderou os seus homens até às fronteiras de Arthdal, a tensão no ar tão palpável quanto a poeira que levantavam sob os pés. A missão era clara: patrulhar e garantir que nada nem ninguém se aproximasse sem ser detectado. O olhar de Yangcha estava fixo, atento a cada movimento nas terras à sua volta. O vento frio cortava-lhe a face, mas ele mal o notava. A sua mente estava longe, dividida entre o dever de proteger Arthdal e as dúvidas que começavam a surgir sobre o que realmente significava a sua lealdade. Enquanto guiava os seus homens, não conseguia evitar pensar em Jiyeon. A cena entre eles ainda estava fresca na sua memória, o beijo inesperado que havia compartilhado com ela. Aquilo tinha sido um erro, não havia dúvidas mas um erro que parecia certo. Mas o que mais o perturbava não era apenas o beijo, mas a sensação de que, por mais que tentasse afastar-se, ele estava cada vez mais ligado a ela de uma maneira que não conseguia explicar. A sua missão, o seu dever para com Tagon, era proteger Jiyeon. Mas proteger não significava apenas manter a sua segurança física; algo dentro dele começava a questionar se a verdadeira proteção que ele oferecia à princesa era, de fato, o que ela precisava.

Ele suspirou, afastando os pensamentos. Agora não era hora de se perder em emoções conflitantes. Ele tinha uma missão a cumprir. Quando retornasse ao castelo, teria tempo para explicar o que aconteceu, mas por enquanto, nada poderia interferir. Mesmo que Jiyeon ainda ocupasse uma parte do seu coração, ele precisava manter o foco no que Tagon queria — proteger a princesa e a sua terra. Enquanto isso, os seus homens seguiam-no em silêncio, com a mesma seriedade. Nenhum deles ousava questionar as ordens de Yangcha. Ele era o melhor guerreiro de Arthdal, e mesmo sem palavras, sua presença era suficiente para incutir respeito nos outros. Todos sabiam que ele tinha uma habilidade ímpar e uma disciplina feroz. O único problema era o que se passava no seu coração, e ninguém sabia ao certo o quanto isso poderia afetá-lo em batalha.

Após algumas horas de patrulha, Yangcha parou, levantando a mão para sinalizar aos seus homens que deveriam fazer uma pausa. Ele observou as terras à sua volta, o horizonte distante, e por um momento, o peso das responsabilidades pareceu cair sobre ele. Afinal, ele estava ali para garantir que ninguém chegasse até Jiyeon, mas estava cada vez mais difícil manter a distância emocional necessária para cumprir essa missão com a frieza necessária.

Yangcha e os seus homens avançaram novamente após a pausa, reforçando a patrulha ao longo da fronteira. A tensão no grupo era evidente, mas ninguém ousava questionar a liderança do capitão. Os passos eram cuidadosos, as espadas prontas, os sentidos aguçados para qualquer sinal de movimento ou perigo iminente. Durante a ronda, um dos soldados aproximou-se de Yangcha e apontou para um local na floresta. Havia sinais claros de que alguém tinha passado por ali recentemente — pegadas e galhos partidos. Yangcha analisou os rastros com atenção e fez um gesto para que os homens se dividissem em pequenos grupos para investigar. Ele liderou um dos grupos mais experientes, avançando com cautela.

Conforme seguiam os rastros, o grupo encontrou um pequeno acampamento abandonado. Os restos de uma fogueira ainda fumegavam, indicando que os intrusos tinham saído há pouco tempo. Yangcha abaixou-se para examinar o local, encontrando pedaços de tecido desgastado e marcas de botas grossas. Quem quer que fossem, não eram amadores. Aquilo não era um simples grupo de vagabundos ou viajantes. Eles tinham um propósito claro, mas qual?

Yangcha levantou-se, os olhos fixos na direção que as pegadas indicavam. Apontou para dois dos seus homens para que seguissem os rastros mais adiante enquanto ele inspecionava os arredores do acampamento. No entanto, mesmo com toda a cautela, o grupo não encontrou sinais dos intrusos. Parecia que eles tinham desaparecido nas sombras da floresta. Ao fim do dia, Yangcha e os seus homens regressaram ao castelo sem incidentes adicionais, mas a sensação de inquietação não o abandonava. Assim que chegaram, ele tratou de enviar um relatório completo a Mubaek e Tagon. Aqueles rastros e o acampamento eram uma evidência clara de que o inimigo continuava a rondar. Yangcha sabia que aquilo era apenas o início de algo maior.

Arthdal Warrior | YangchaOnde histórias criam vida. Descubra agora