Capítulo 21

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PARK JIMIN

CINCO ANOS DEPOIS

_Senhor Park._Alemão chegou me procurando._Acho que o senhor bem que podia resolver aquela parada pra gente.

_Que parada?

_A parada lá, com o JP._ falou cruzando os braços.

  Bem, esse sou eu. Cinco anos após do incidente que mudou minha vida.

  A cinco anos atrás, eu havia sido arrancado do meu país e jogado em um lugar totalmente diferente. Porém, para a minha sorte, acabei parando no lugar certo e na hora certa, e ainda por cima conhecendo a pessoa certa. No dia que conheci JP, eu havia parado na favela da rocinha, numa área isolada e super perigosa. JP me salvou aquele dia e me deu a oportunidade de não morrer.

  Ele era o chefe na rocinha, e nada passava despercebido pelos seus olhos. Ele me ensinou português e me ajudou a sobreviver. Eu nunca mais encontrei com Daniel ou tive notícias do Hoseok, meu pai e do Jeon. Estava desligado de tudo isso. Mas não podia reclamar, era tudo que eu tinha agora.

_Resolva você, a parada lá com ele.

_Para chefe, ele só vai ouvir você._resmungou.

_Ele não vai concordar._falei rindo._É perca de tempo.

   Alemão queria que JP liberasse uma festa na comunidade, mas eu duvido muito que ele vá concordar, ainda mais depois da troca de tiros da semana passada.

_Se você pedir ele vai._retrucou.

   Revirei os olhos e me levantei, andando em direção a sala de estar, onde JP estava, dormindo no sofá. Cheguei perto do mesmo e suspirei, lembrando que ele odiava ser acordado.

_JP? Acorda.

   E nada dele acordar. O sono dele era mais pesado que um cavalo.

_JP? JP?

E nada.

_JOÃO PEDRO!_gritei.

_Não fui eu!_falou alto, acordando em um pulo.

_Sabemos que não foi você._falei rindo.

_Não me chama pelo nome todo, que eu acho que está brigando comigo._ele reclamou se sentando no sofá. _Porra, que sono do caralho.

_Tenho um pedido._disse me sentando ao seu lado.

_Vixi, lá vem bomba._ele disse passando a mão pelo cabelo.

_Que tal uma festinha?_perguntei o encarando de canto.

_De jeito nenhum!_falou rindo._Só daqui um mês e olhe lá.

_Por que?

_Porque eu preso muito pela segurança da minha galera._ele disse encostando no sofá._E você nem gosta de festa, nunca foi a nenhuma delas, tá querendo ir agora por que? Tá de treta?

_Eu?_perguntei rindo._Eu não, eu odeio festas, só pedi porque o alemão não sabia como pedir você sem ser esculhambado.

_Você pegou cada gíria desse lugar, as vezes fico surpreso._JP disse em negação.

_Cinco anos não são cinco dias._comentei suspirando.

_Não sente falta da sua galera?_ perguntou curioso._Você tinha família e amigos, não tinha?

   Eu nunca conversei sobre isso com ele. Era coisa demais pra mim, e não me sentia bem lembrando de tudo que aconteceu. Foi meio que uma mera lembrança.

_Acha mesmo que em cinco anos eles lembram de mim?_perguntei rindo._Se eles quisessem, teriam me encontrado._falei dando de ombros.

_Entendi._ele disse sério._Perguntei porque um conhecido meu disse que um amigo dele que é o dono da máfia de lá, ia vir pra cá essa semana.

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