À medida que o Natal se aproximava, a ansiedade crescia entre os funcionários da empresa. O presidente examinava cuidadosamente o rascunho das próximas entrevistas, uma a uma, enquanto seu pai, sentado no sofá, lia documentos em silêncio. Pond revisava suas opiniões com as equipes, eliminando quaisquer perguntas que considerasse desnecessárias.
— “Eles sempre fazem essas perguntas sobre relacionamentos” — disse Pond em voz alta, esquecendo-se de que seu pai estava presente.
— “Por que você me chamou aqui?” — perguntou o velho, confuso.
— “Jimmy disse que alguém precisa te vigiar por algumas horas” — explicou Pond, desatento ao rosto emburrado do velhote.
O pai de Pond pareceu refletir por um momento, e então Pond retomou seu trabalho. — “Você acha que vou morrer?” — perguntou, observou uma expressão brevemente assustada que trouxe uma pontada de alegria ao coração do velho.
— “Isso não vai acontecer” — respondeu Pond com firmeza, sentindo uma pontada no peito. Apesar da distância emocional com seu pai, ele não queria ser o homem que perdeu ambos. — “Apenas fique quieto e deixe a medicação fazer efeito” — concluiu, quase sem paciência. Seu pai assentiu com um sorriso discreto e voltou a ler os documentos em silêncio.
Joong selecionava algumas fotografias, olhou em volta e notou que estava sozinho, suspirou profundamente, estirando-se na cadeira desconfortável. Após trinta minutos, encaminhou as fotos para sua equipe e, por fim, levantou-se.
Joong caminhava satisfeito com o trabalho concluído, dirigindo-se à sala de descanso. No mesmo instante, as portas do elevador se abriram, e ele começou a pensar que talvez fosse um dia tranquilo. Chegando à sala, dirigiu-se imediatamente à geladeira, pegou seu suco e acomodou-se em um dos banquinhos.
Ele começou a revisitar os eventos recentes em sua mente: a garota que bateu à sua porta havia morrido uma semana após ser liberada, e durante um novo interrogatório, ele não pôde fazer nada além de repetir as mesmas palavras que dissera anteriormente.
A culpa não chegava na sua alma, talvez porque já estivesse repleta de outras, de fato, ele estava somente curioso sobre o andamento do caso.— “Tudo bem?” — Dunk perguntou, sentando-se ao lado. Joong assentiu, tocando de leve o cotovelo no do rapaz, que sorriu. — “Te devo aquele domingo, não é?”
— “Você está bonito” — Joong comentou, admirando os detalhes no rosto de Dunk.
Dunk sorriu, desviando o olhar.
— “Não é hora para isso” — ele disse, fingindo uma reclamação, e voltou a olhar para o rapaz.Sentindo um impulso ao ser encarado por olhos bonitos, Joong tentou beijar o rapaz, que recuou discretamente.
— “O que foi?” — perguntou Joong, sem demonstrar aborrecimento, oferecendo um sorriso e um tom suave para tranquilizar Dunk.— “Desculpe...” — Dunk baixou a cabeça em direção à bancada, espantando a mosca que surgiu inesperadamente. — “Desculpe” — repetiu, virando o rosto pela ausência de uma resposta, confuso com o sorriso de Joong que o observava.
— “Você acha que precisa me pedir desculpas?” — perguntou Joong, genuinamente curioso sobre o que se passava na mente de Dunk.
Dunk acenou afirmativamente.
— “Não tive bons exemplos… perdoar, confiar e amar, acabei aprendendo nos momentos errados… quero pedir desculpas quando achar que estou errado e...” — interrompeu-se de repente ao sentir as mãos de Joong segurando seu rosto.— “E... quando eu estiver errado, pedirei desculpas” — disse Joong, com um sorriso animado, sentindo o calor do rosto na palma de suas mãos. — “Quentinho” — comentou, ainda sorrindo, enquanto Dunk observava o rosto radiante à sua frente e, sem conseguir evitar, sorriu também.
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