A REDENÇÃO DO ALFA - O Legado do rei.

Epílogo

Tristan

Meses depois...

A maior honra de Alfa é cumprir com a sua palavra. Eu jurei manter o meu povo em segurança e estou cumprindo a minha promessa. A alcateia está feliz e mais unida do que nunca, mesmo com a mistura das raças. Lobos amarelos e cinzentos unidos como um só povo. Em meses não temos uma batalha, ou qualquer desavença. Por onde passamos trilhamos um caminho de paz e de novas amizades, e fazer festas tornou-se um hábito de comemoração.

— Senhor Tybalt, o Senhor ainda não está pronto? — Anabela ralha, adentrando o meu quarto e eu a encaro em frente ao espelho. — Vamos, deixe-me ajudá-lo. — Ela pede e eu me viro para ficar de frente para ela. Minha assistente humana imediatamente se aproxima e começa a arrumar a minha gravata borboleta no meu pescoço.

— Como ela está? — Procuro saber por que não a vejo a horas.

— Eles estão muito bem, Senhor Tybalt, mas o Senhor não me parece nada bem.

Bufo em resposta.

— Agora só mais um pequeno detalhe. — A mulher resmunga sorridente. — Pronto! — Anabela se afasta para observar o seu feito. — Você é o noivo mais lindo que já vi na vida. — Um pequeno sorriso brinca no canto dos meus lábios e eu me viro para o espelho outra vez, para apreciar a minha imagem.

— Estou nervoso, Ana — confesso.

— Imagino que sim.

— Não entendo por que Hazel escolheu este dia para o nosso casamento.

— Não se preocupe, Senhor Tybalt. Todos estaremos preparados o grande momento.

— Ela quer me enlouquecer — retruco, mas ela ri.

— Vamos para o templo. Quanto mais cedo chegar, mais rápido tudo irá acontecer.

Devo admitir que ela está certa. E minutos depois, estou entrando no carro de vidros escuros, que não é capaz de esconder o brilho da lua redonda e amarela, que está radiante em um céu escuro e cheio de estrelas. Os meus olhos ficam vidrados nela e uma sensação de poder me preenche imediatamente.

Uma noite fantástica. Disse a minha noiva quando sugeriu casar-se de acordo com o calendário lunar e nas vésperas do nascimento de Kael e Lyka. E não posso discordar, pois nesse caso teremos uma comemoração tripla nessa data. Mas confesso que estou um pouco desconfortável, pois eu sei que depois de uma grande alegria, virá a sua dor. Uma dor que me impede de protegê-la e que terei que assistir até que os bebês nasçam e lhe deem o merecido descanso.

— Chegamos, Senhor! — Meu motorista avisa e eu tenho o vislumbre do Santuário de Amarok. Um templo antigo, guardado a gerações, com suas estatuas gigantes, escupidas a séculos e uma entrada feita de pedras rústicas. Os seus muros baixos são compostos de arbustos.

— Alfa! — Atlas me recebe bem na sua entrada, deixando um abraço cordial, com direito a tapinhas nas costas. — Como você está?

— Nervoso.

— Sério? Você enfrentou monstros, feiticeiros cruéis e até uma vampira. E está nervoso com um simples casamento?

— Acontece que esse não é um simples casamento — rebato, me sentindo trêmulo. E droga, ele tem razão. Eu sou o poderoso Alfa. O rei de dois povos e estou tremendo na base. Isso é ridículo!

O som de uma trombeta anuncia a sua chegar e eu me pego extremamente ansioso. Logo alguns instrumentos começam a tocar uma música suave e Hazel surge no meu campo de visão. Linda! Penso completamente fascinado na mulher vestida de branco. E mesmo com uma fina camada de tule por cima do tecido longo, não esconde uma gravidez avantajada. E quando ela dá os primeiros passos para dentro do templo, os nossos olhos se encontram e o seu sorriso se abre para mim.