Trinta. - Amor infinito.

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Estávamos na varanda da minha casa, eu e Jorge, curtindo um fim de tarde tranquilo. Ele estava sentado na espreguiçadeira, lendo alguma coisa no celular, enquanto eu fumava meu baseado colocando um disco para tocar. Desde o pedido de namoro, tudo parecia mais leve entre nós, estava calmo, tranquilo e harmônico, sem pressão. Não que antes fosse ruim mas agora tínhamos uma certeza reconfortante.

- Você sabia que esse disco foi feito em noventa e três? - Jorge comentou, com aquele tom provocador que eu já conhecia

- Sabia, esqueceu que é o meu disco favorito? Tipo, trilha sonora da minha vida.
- dei um sorriso de canto me ajeitando na cadeira ao seu lado

- Ah, claro. Desculpa pelo vacilo. - falou brincalhão

Ele riu e eu joguei um isqueiro na direção dele, só de brincadeira. Tudo estava tão calmo que eu quase ignorei o toque insistente do meu celular, vibrando na mesa ao lado. Peguei telefone e vi o nome da Marina piscando.

- Oi amore, como cês tão? - atendi sorridente

Do outro lado, a voz dela estava apressada, mas ainda assim doce.

- Aya, o bebê vai nascer. Vem pro Rio o mais rápido possível, quero você aqui! - falou quase dado uma ordem

O sorriso no meu rosto sumiu instantaneamente, Jorge parou de ler e me olhou, atento.

- Mas tipo, agora?- perguntei, já sentindo o coração acelerar

- Tá tudo bem, eu tô sentindo as primeiras contrações e quero que você esteja aqui pra acompanhar o parto. Vem pra cá hoje ainda. Por favor. - suplicou e eu ainda estava tentando processar tudo

Passou um filme na minha cabeça, desde a nossa infância, todos os momentos bons e ruins que tivemos, todas as nossas conquistas juntas e agora, minha melhor amiga vai ter um bebê. Azyel.

- Claro que vou. Você tá indo agora? Qual o hospital? - perguntei

- Sim, Copa Star na Figueiredo Magalhães.

Jorge me olhava interessado na notícia e ao mesmo tempo parecia me apoiar sempre.

- Vai indo, me dá todos os dados do quarto e libera a minha entrada lá. Já tô indo aqui. Te amo, qualquer coisa pede pra tia me ligar ok?

- Tá bom, também te amo. Nosso menino tá vindo! - ela gritou do outro lado e eu sorri olhando pro Jorge

Desliguei o telefone e soltei um suspiro, Jorge segurou minha mão me dando um apoio silencioso.

Ele sorriu de leve, aquele sorriso que sempre me fazia sentir segura.
- Quer que eu vá contigo? Não preciso nem ir pro hospital se você quiser, te espero e te faço companhia. - concordei rapidamente

- Você é incrível, sabia? - murmurei, dando um selinho nele

- Só tô sendo um bom namorado. Vai arrumar suas coisas, pra gente não demorar tanto.

- E as suas? - perguntei preocupada

- Vou pra casa rapidinho e passo aqui pra te buscar, pode ser?

- Tá bom. - ele me deu um beijo e saiu

Jorge me deixou na porta do hospital, nos despedimos brevemente e peguei tudo o que eu precisava levar pra Nina.

Chegando lá ela estava toda contente, com um brilho no olhar único. Eu fiquei muito feliz por ter visto aquela cena, ver minha amiga assim era a melhor visão que eu poderia ter.

- Não acredito que você veio tão rápido. - ela sorriu abertamente e deu um suspiro de alívio, abriu os braços para que eu pudesse abraçá-la

- Nunca que eu perderia isso, te prometi que faria parte disso. - brinquei, sentando ao lado dela

RETALHOS - BaskOnde histórias criam vida. Descubra agora