Quantos espinhos terei de enfrentar para escrever o meu felizes para sempre?

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          15 de agosto de 2023,02:50 da madrugada. Dia ,mês, ano e hora exata de minha morte. O vento soprava frio aquela madrugada,o ar gélido fazia meu corpo ter leves calafrios,e a sensação de desespero e vazio tomou conta de meu ser.

   Dias atuais,estou em uma nova escola,um novo reino, vivendo "uma nova vida", não sei exatamente que ideia maluca foi essa de me enviar para outro reino,talvez para abafar aquela história ou para que eu pudesse tentar voltar a "enxergar a vida de uma maneira mais alegre", em um lugar onde eu pudesse ter mais experiências e supostamente mais memórias as quais eu vou querer recordar.

    Mas nada me faz esquecer aquela noite,nada me faz esquecer essa dor que me consome aos poucos. A escuridão presente em minha mente,me percorre e me persegue,por instantes a luz invade meu ser,quando eu a vejo,mas também é só mais um lembrete de que ela não está mais aqui ,que não poderei sentir seu abraço apertado,sua doce voz melódica que sempre cantava para mim nas noites sombrias.

    Fotos e mais fotos,me fazem lembrar de você, uma caixinha guardada em meu closet,repleta de algumas das milhares cartinhas que trocávamos, presentes que fizemos uma para a outra, e ao redor do meu pescoço o colar que você usava aquela noite,tudo bem guardado e conservado como você deixou aquele dia.

    Vê-la é um alívio, mas também o que me prende ao passado,a alguém que eu não posso ter mais ,ao te perder eu me perdi aos poucos.

     Acordo em mais um dia monótono, o ar adentra meus pulmões, e o sangue percorre minhas veias,todos os dias as mesmas coisas. Abro meus olhos ,só pra constatar que ainda estou aqui,e que por mais que eu tente nunca conseguirei fugir.

   Fugir  da minha própria prisão, fugir de mim mesma.

    O alarme ainda não tocou,ao olhar para o lado vejo o corpo de minha nova colega de quarto, ela está parcialmente coberta pelo lençol, me levanto com cuidado caminhando para o banheiro .

     Quando chego lá, me olho no espelho,o cansaço expresso em minha face, alinho meus cabelos e então lavo meu rosto ,pego minha escova e então começo minha higiene ,escovo meus dentes com calma e ao fim,vou retirando minhas roupas adentrando o Box do banheiro.

     Ligo a água que escorre morna em minha pele,devem ser umas 05: 00 da manhã, o que significa que faltam 2 horas para que os alunos estejam circulando pelos corredores para chegar às suas aulas .

    Ultimamente minha rotina é essa,mesmo que agora eu esteja em um novo "lar", dormir as 01:40 e acordar as 05:00 ,passar pelas duas da madrugada tem sido uma dureza,as vezes você vem me visitar nos meus sonhos.

   E as vezes eu te vejo com mais frequência durante o dia,talvez eu esteja a prendendo aqui,mas como não tentar te encontrar se eu não consigo de esquecer e provavelmente nunca irei,e nem quero.

    Mas sempre me lembro ...que não posso mais te salvar. Depois de lavar meus cabelos com calma,saio do banheiro e caminho pelo quarto,a garota na cama ao lado parece estar quase despertando.

    Me visto com cuidado ,coloco meus fones e uma pequena bolsa de lado,carrego só o essencial nela,como meu celular,meu caderno pequeno e uma foto sua,nela você sorria alegre,havíamos acabado de sair de mais uma das festas,estávamos cobertas por glitter e você estava suja de glasse,esse que eu fiz questão de passar em suas bochechas e em seu nariz.

    Pego a bolsa e saio do quarto silenciosamente ,ando sem rumo certo,chegando até um jardim calmo. Uma árvore grande descansa ao longe,parecendo assim como eu ,apenas uma pessoa que procura paz na solidão.

   Sigo até ela e me sento, encostando meu corpo em seu tronco. Coloco meus fones e ligo uma playlist qualquer,tudo para abafar os barulhos da minha cabeça.