Capítulo 2: A Noite da Mudança

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Leonardo, narrando...

Hoje estou super feliz, porque meu pai viajou e vou ficar sozinho em casa, o que significa: hora da farra! Eu queria que minha mãe estivesse aqui, mas ela faleceu há três anos. Ela tinha um tumor no cérebro, fez tratamento, mas não resistiu à cirurgia. Ela era a única que me amava, a única que se importava comigo, diferente do meu pai, que coloca o dinheiro acima de tudo. Ele quer que eu faça Administração na universidade. Fazer o quê? Não posso dizer que o meu maior sonho é ser cantor, porque ele me mataria.

Meu celular começa a tocar. Quem será essa desocupada?

(Ligação)

- Alô? - atendo impacientemente.

- Oi, amor, sou eu, a Bia, sua ficante. - a voz da Beatriz soa doce, mas meio melosa.

- Ah, o que você quer? - pergunto sem paciência.

- Queria saber se você não está afim de dar um rolê lá no clube.

- Não vai dar, meu pai quer ajuda no trabalho.

- Então tá, até mais, meu chuchu.

Desliguei o celular na cara dela. Essa menina irritante! Só porque eu dou umas pegadas nela, já acha que somos um casal. E ainda vem com esse "chuchu". Dá-me paciência, senhor! Hoje vou fazer uma festa em casa com o meu melhor amigo, Gustavo. Ele é meu brother, meu irmão. Também é um galinha como eu. Vou ligar para ele.

(Ligação)

- Fala aí, Gus, como vai a vida?

- De ressaca, da festa de ontem.

- Eu falei pra você não exagerar na bebida, mas cabeça dura feito você...

- Haha, muito engraçado. Fique sabendo que ontem eu peguei quatro gatas.

- Grande coisa, eu peguei duas.

- Nossa, só isso? Você, por acaso, está perdendo a pegada?

- Não é que não tava tão afim de pegar essas vadias.

- Eita, que isso? Elas não são tão vadias assim.

- Então são um bando de oferecidas. Só queria conhecer uma garota que fosse pura, e não vadia como essas.

- Amigo, você caiu da escada ou bateu a cabeça? Nunca ouvi você falar assim.

- Haha, zoando. Então, eu te liguei para dizer que meu pai vai viajar e hoje a casa vai estar vazia. Então, partiu festa!

- PARTIU FESTA! Depois eu passo aí. Falou, Leo.

- Falou, Gus.

(Ligação off)

Agora vou dar um pulo no supermercado para comprar petiscos, salgados, bebidas... Depois vou convidar o pessoal. Primeiro, vou chamar o Eduardo, depois o resto. Conheci o Edu numa festa. Ele era tão tímido, tão nerd, mas eu o transformei. Agora ele é um garanhão como eu. Não somos melhores amigos, mas temos uma amizade. Vou ligar agora para ele.

(Ligação)

- Alô?

- Fala aí, Edu. Eu liguei pra saber se você topa dar um rolê aqui na minha casa. Vai ter uma mega festa.

- Eu até tô afim, mas não posso deixar minha maninha sozinha. Foi mal.

- Ah, qual é? Vai dizer que sua irmã é um bebê? Aliás, você nunca me disse que tinha uma irmã.

- A gente se conheceu mês passado, e você nunca perguntou. E, a propósito, o nome dela é Lucy e ela tem 18 anos.

- Então chama ela pra festa.

- Só que tem outro problema: ela está com a amiga dela, a Vitória.

- Então chama as duas.

- Tá legal. Que horas é a festa?

- Hoje à noite. Falou, Edu!

- Falou!

(Ligação off)

Fiquei curioso em conhecer essa tal de Lucy. Só quero ver se ela é bonita. Mas tanto faz, vou seguir minhas compras e convidar o resto do pessoal.

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Lucy, narrando...

Hoje eu e a Vitória estamos focadas no filme. Afinal, eu deixei o trabalho, e a Vitória só começa semana que vem, ou seja, estamos livres. Escuto meu irmão falando ao telefone, não sei com quem ele anda conversando, só sei que ele veio falar comigo e com a Vic.

- Maninha, tá afim de ir numa festinha hoje? - Eduardo pergunta, entrando no meu quarto.

- A mamãe não pode viajar por um dia que você já está na farra? - respondo, tentando manter o tom de brincadeira.

- Vai. Lembra que a mamãe pediu para eu estar com você. Eu não posso te deixar aqui sozinha, e eu recebi um convite para a festa. Faz esse favor pra mim.

Minha mãe foi viajar para visitar a irmã dela. Dá pra ver que meu irmão já pensa na farra. Até mês passado, ele não era assim. Ele se transformou num garanhão. Enfim, acho que vou ter que aceitar. Ele sempre me apoia, então eu tenho que retribuir.

- Ok, eu aceito, mas a Vitória talvez não queira e...

- PARTIU FESTA! - grita Vitória, entrando na conversa.

- O que você dizia? - Eduardo pergunta, rindo.

- Valeu mesmo pela força, Vitória. Que horas vai ser a festa?

- Hoje à noite, ok.

Eu afirmo com a cabeça e subo para o quarto. Honestamente, eu nunca fui para festas. Nunca foi o meu tipo. Mas enfim, chegou a hora de ir para uma. A Vitória ia de vez em quando. Hoje, sinto que muita coisa vai mudar.

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A noite chega e o cenário já está montado. As expectativas de ambos, Leonardo e Lucy, estão prestes a se encontrar de maneira inesperada.

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