023- Pierre Gasly

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Eu sempre soube que havia algo de mágico nas corridas de Fórmula 1, mas era nos bastidores que a verdadeira magia acontecia

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Eu sempre soube que havia algo de mágico nas corridas de Fórmula 1, mas era nos bastidores que a verdadeira magia acontecia. Cada clique da câmera era uma chance de capturar não apenas a velocidade das máquinas, mas a tensão, os olhares, os gestos. O grid, o paddock, os momentos em que os pilotos se preparavam para enfrentar o impossível. Era aí que a história realmente se desenrolava. E foi nesse ambiente frenético e cheio de adrenalina que conheci Pierre Gasly, o homem por trás do capacete, a alma que desafiava a gravidade e o tempo.

Naquele dia, o calor do verão italiano estava abrasador, e a sensação de expectativa no paddock de Monza era palpável. Eu estava fazendo meu trabalho habitual: capturando os detalhes que passavam despercebidos, as expressões cansadas dos mecânicos, os rostos tensos dos engenheiros. Até que, no meio de uma pequena pausa, me vi diante dele.

Pierre estava ali, de fones de ouvido, tentando bloquear o mundo à sua volta antes da corrida. Mas não parecia distante. Havia uma vulnerabilidade no seu olhar, algo que eu não esperava de um piloto de F1. Ele não estava em uma bolha de confiança ou ego, como tantos outros que conheci. Ele era genuíno, introspectivo. Como se estivesse se preparando, não só fisicamente, mas emocionalmente, para o que estava por vir.

Minha câmera estava apontada para ele, como sempre, mas o que eu realmente queria capturar era a essência daquele momento. Algo mais profundo do que a simples imagem de um piloto. Mas eu não sabia como fazer isso ainda.

Foi ele quem quebrou o silêncio.

— Você tem o dom de ver além da velocidade, não? — disse ele, de repente, me olhando com um sorriso discreto.

Fiquei surpresa com a pergunta. Para mim, a velocidade era tudo. Era o que eu mais amava nas corridas: os carros cortando o ar com um rugido ensurdecedor. Mas, ao que parecia, ele via algo além disso.

— Eu tento. Gosto de capturar o que os outros não vêem. A tensão antes do instante decisivo, o nervosismo das equipes, a calmaria que vem antes do caos. — respondi, tentando ser humilde, mas sem esconder o que realmente me movia.

Ele riu baixinho, mais para si mesmo, mas com um olhar que parecia entender.

— Eu também. Mas para mim, o difícil é encontrar calma no meio da tormenta. — ele disse, ajustando o capacete com cuidado, quase como se estivesse se preparando para enfrentar algo muito maior que uma simples corrida.

O que ele disse ficou na minha mente. Eu já o observava há algum tempo, mas naquele momento, algo em Pierre me chamou a atenção de uma forma diferente. Ele não era só o piloto destemido, o competidor implacável. Havia uma luta interna ali, algo que, por mais que tentasse, ele não conseguia esconder. E de alguma forma, naquele instante, ele parecia precisar mais da sua própria concentração do que qualquer outra coisa. Eu não sabia como ele lidava com a pressão, mas de alguma forma, ele parecia estar tentando se manter intacto, apesar de tudo.

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