031- Lucas Moura

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O sol daquela tarde parecia mais brilhante do que de costume, iluminando cada canto da cidade de São Paulo

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O sol daquela tarde parecia mais brilhante do que de costume, iluminando cada canto da cidade de São Paulo. Estávamos no carro, a caminho do Estádio do Morumbi, e meu coração pulsava tão rápido quanto o da primeira vez que vi Lucas entrar em campo. Ele estava calado, olhando pela janela, mas sua expressão dizia tudo. A volta para o São Paulo era mais do que um retorno profissional. Era um reencontro com suas raízes.

— Nervoso? — perguntei, quebrando o silêncio.

Lucas virou para mim e sorriu de canto, aquele sorriso tímido que só ele tinha.

— Um pouco. É diferente, sabe? Eu joguei em estádios gigantes pelo mundo, mas isso aqui... — Ele fez uma pausa e respirou fundo. — Isso aqui é casa.

Segurei sua mão enquanto dirigíamos pelas ruas familiares. Eu sabia o quanto aquele momento significava para ele. O Morumbi não era só um estádio; era o lugar onde ele se tornou quem é, onde os sonhos de menino começaram a se tornar realidade.

— Você merece tudo isso, Lu. Cada aplauso, cada grito da torcida. Você nunca deixou de ser o garoto que corria atrás da bola na escolinha.

Ele riu baixinho, balançando a cabeça.

— E você nunca deixou de ser minha maior torcedora.

Paramos no estacionamento reservado aos jogadores. Lucas desceu primeiro, ajeitando a camisa com o escudo do São Paulo no peito. Era incrível como, mesmo depois de tantos anos, aquele uniforme parecia feito para ele. Saí do carro com nossos filhos, que não paravam de perguntar sobre o jogo.

— Mamãe, o papai vai fazer gol hoje? — perguntou Miguel, o mais velho, segurando minha mão.

— Se ele não fizer, a gente grita por ele mesmo assim — respondi, sorrindo.

A caminhada até o gramado foi um misto de nostalgia e emoção. As arquibancadas estavam cheias, a torcida cantava sem parar, e o clima era elétrico. Eu me sentei na área reservada às famílias, mas antes que Lucas fosse para o vestiário, ele fez questão de nos abraçar.

— Obrigado por estarem aqui — disse ele, olhando para mim e para as crianças.

— Sempre estaremos, Lu — respondi, segurando seu rosto entre minhas mãos.

Os minutos antes do apito inicial foram tensos, mas quando Lucas entrou em campo, parecia que o tempo tinha parado. A torcida gritou seu nome com tanta força que senti um nó na garganta. Ele ergueu os braços, agradecendo, e olhou para a arquibancada. Era como se ele estivesse absorvendo toda aquela energia.

O jogo começou, e cada toque de Lucas na bola era acompanhado por aplausos. Os filhos vibravam a cada jogada, e eu não conseguia tirar os olhos dele. Lá estava ele, o garoto que eu conheci há anos, agora um homem, um pai, um marido, mas ainda com a mesma paixão de sempre.

Quando o relógio marcou 75 minutos, aconteceu. Lucas recebeu a bola na entrada da área, driblou dois defensores e chutou no canto, sem chance para o goleiro. O estádio explodiu em euforia, e eu abracei as crianças com força enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto.

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