Ela, FLORENCE BECKHAM uma modelo e estilista de sucesso e filha de um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. Focada em seu trabalho e sua vida conturbada, cheia de compromissos, desfiles, exposição e fama, a garota se vê cada vez mais long...
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17 de dezembro de 2019. Londres, Inglaterra.
O estúdio estava um caos.
A campanha de natal da Ralph Lauren tem me deixado em um estado de absoluto cansaço. Estamos a dias planejando fotos, entrevistas, vídeos promocionais e conteúdos para as redes sociais.
Perdi a conta de quantas trocas de roupa fiz nas últimas sete horas. Cheguei ao estúdio no centro de Londres logo pela manhã, e desde então, não tenho tido tempo para respirar. Mal consegui parar pra tomar café e tenho dado um jeito de responder as mensagens de Mason durante as trocas de figurino.
Além de mim, todos estão agitados dentro do set. A equipe parecia multiplicada em número. Maquiadores, figurinistas, fotógrafos e assistentes de todo tipo se moviam pelo espaço como uma orquestra desafinada.
Não me lembro mais quantos flashs foram dados, quantas poses fiz ou quantas vezes troquei a cor do batom. As coisas aqui dentro dessa sala iluminada e cheia de câmeras acontecem em um ritmo desenfreado, que meu corpo exausto de um período cheio de trabalho não consegue acompanhar.
Desde o início do ano, comecei uma rotina pesada de trabalho. Foram oito semanas de moda, entre Nova York, Londres, Milão e Paris. Além de desfiles individuais, aparições em programas de televisão, Met Gala, Oscars, eventos beneficentes, festivais, capas de revistas, entrevistas... Em resumo, foi um ano cheio.
Não havia pausa para descansar entre um compromisso e outro. Hotéis se tornaram minha casa e eu já havia esquecido como era o cheiro do meu apartamento. E quando batia saudade de casa, eu ligava para minha mãe, que sempre tinha os melhores conselhos.
Victoria sabia como ninguém o que se passava em minha vida. A mais velha vive uma vida igual a minha ou pelo menos uma que se aproxime disso. Minha mãe teve de se acostumar com viagens, bancos de avião e mudanças de fuso. Não só por ser cantora, estilista e mãe, mas por ser casada com meu pai.
Entre minha infância e adolescência, vivemos em Manchester, Madrid, Los Angeles, Milão, Paris e por fim, Miami. Nem sempre por desejo, mas não havia escolha. Aquela era nossa vida, nossa configuração de família e por mais que pareça ser o melhor dos sonhos, parte de nós se desfazia a cada mudança.
Amizades eram afastadas, planos eram desfeitos e uma nova cidade nos esperava. Era assim. E por mais que eu amasse morar com os meus pais, ter o carinho e amor deles por perto, precisava ter um lugar para mim. Uma cidade para chamar de minha. Algo para nomear de meu lar.
E no fim, troquei o calor de Miami pelo nublado de Londres. Aprendi como morar sozinha, chorei de saudade por não ter meus quatro irmãos invadindo meu espaço, queimei meu almoço várias vezes e me lembrei de como meu pai cozinha bem. E sobrevivi morando sozinha desde os 18. Agora, com 20 anos, entendo que foi melhor assim.
E mesmo que, nessa altura do campeonato, eu só consiga pensar no quão maravilhoso será o recesso de fim de ano, algo em mim se anima para o próximo ano. Mas, antes que isso aconteça, preciso recuperar minhas energias com o sorriso banguela de Harper e as piadas sem graça de Romeo.