No One.

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14 de fevereiro de 2020

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14 de fevereiro de 2020.
Nova York, Estados Unidos.

A buzina dos automóveis invadia o quarto presidencial, evidenciando que o dia fora do edifício na Big Apple havia começado.

Pela fresta da cortina, um tímido raio de sol aquecia meu rosto apático, longe de qualquer vaidade. A calmaria preencheu meu peito pela primeira vez em dias, onde eu pude fechar os olhos, respirar fundo e sentir os segundos passarem.

A Semana de Moda de Nova York chegou ao fim. Ontem, pra ser exata. E mesmo sentindo minha energia esvanecendo, o verdadeiro caos ainda me espera. Restam três cidades e junto delas, dez passarelas.

As horas passaram depressa na agitação Nova Iorquina. A metrópole não parava, sequer desacelerava, tampouco as modelos que faziam parte do espetáculo. E, quando percebi, oito dias haviam sido completos desde a minha chegada.

Uma semana de uma rotina intensa. Poucas horas de sono, alimentação regrada e fora de horário, além de dois desfiles que exigiram muito de mim. O catwalk para a Carolina Herrera e para a Michael Kors precisava ser perfeito e milimetricamente pensado para as peças que moldavam meu corpo.

Tudo girava em torno de passarelas, entrevistas, fittings, treinos e de uma agenda que parecia não me dar pausa. E, no meio de toda essa euforia, existe um relacionamento que retomou os batimentos cardíacos após uma onda de choque.

No compasso que eu trabalhava, Mason aproveitava alguns dos seus dias de folga em Dubai. Ele foi convidado pela Nike para treinar em um dos complexos mais tecnológicos da marca e, merecidamente, usufruiu de dias de sol, praia, luxo e futebol.

Nesse tempo longe, nos falávamos sempre que possível. O fuso horário e os compromissos nos impediam de estar on-line com frequência, mas quando acontecia, ficávamos jogando conversa fora igual duas senhoras desocupadas.

Isso fez bem para nós. Precisávamos de ar antes de voltar para essa imersão que nos deixa sem fôlego.

Sem pensar duas vezes, Mount saiu do calor dos Emirados Árabes e veio me ver desfilar no frio incessante de Nova York. Desde então, foram quatro dias dividindo o café apressado, os inúmeras cliques dos paparazzis e os compromissos que eu cancelaria somente para poder ficar deitada nos braços dele.

Nesse instante, esses braços me envolvem com uma força delicada. Mesmo em um sono profundo, Mason mantinha o toque dele sob alguma parte minha. Sua mão repousava em meu quadril e a respiração quente fazia cócegas leves no meu pescoço. Era instintivo.

Eu poderia viver assim para sempre: acordar envolvida pelo meu namorado num dia que se comemora o amor.

Me virei devagar sob os lençóis brancos, tentando não acorda-lo com meu incômodo. Sua feição serena à minha frente me tranquilizava. A pele corada pelo sol, o cabelo castanho bagunçado pela noite dormida e a boca rosada, levemente aberta, eram conjunto de uma obra prima perfeita.

END GAME | Mason Mount.Onde histórias criam vida. Descubra agora