Ela, FLORENCE BECKHAM uma modelo e estilista de sucesso e filha de um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. Focada em seu trabalho e sua vida conturbada, cheia de compromissos, desfiles, exposição e fama, a garota se vê cada vez mais long...
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30 de janeiro de 2020. Londres, Inglaterra.
Todos nós pagamos um preço por ser quem somos. E o meu está sendo cobrado ao longo de toda a minha vida.
Crescer rodeada por desconhecidos e me descobrir através do olhar de outras pessoas se mostrou o pior dos castigos. A fama, a exposição excessiva e os olhares críticos moldam caráter, mas degradam a essência. Eu não quero que esse veneno me corroa até o fim, como uma morte lenta e dolorosa.
A popularidade tem seus privilégios, isso é fato, mas é um custo que se paga com a alma. E isso me faz lembrar das pessoas que se esforçam para alcançar a fama e, quando finalmente conseguem, a luta perde o sentido.
Mas o que acontece com aqueles que nascem no meio dela? Eles são igualmente destruídos?
Desde muito nova, eu sabia que minha vida era diferente. Nada passava impune do meu olhar curioso: os jornais que falavam da minha família, os paparazzis que registravam cada passo e a forma como meus pais se irritavam quando alguma informação pessoal sobre os filhos era vazada.
É estranho pensar que, desde aquela época, era como se o domínio da minha existência não fosse meu. Pelo menos, não completamente. E, conforme crescia e me tornava modelo, as coisas pioraram.
Antes, o que parecia ser uma paixão transformada em carreira, acabou se tornando um caminho livre para mais notoriedade e julgamentos. O sobrenome Beckham e a indústria da moda formam uma máquina potente, que escolhe e condena as minhas ações com base na opinião pública.
E no meio dessa equação, existe um relacionamento que deixou de ser anônimo aos olhos da mídia.
Decidimos oficializar o namoro há cerca de quatro dias, antes que ligassem os pontos e descobrissem por conta própria. Pensamos que dessa maneira teríamos controle do acesso a nós. Era o mais sensato a se fazer, levando em consideração o fato de que eu e o Mason não nos preocupamos em sair para lugares públicos.
O que parecia ser um passo dado com precisão, tornou-se um impulso à beira do precipício.
Desde o instante em que as fotos foram postadas, uma em cada perfil, as críticas e avaliações não param. Perdi a soma de quantos comentários e matérias foram publicados usando nossos nomes. O anúncio esteve em alta por mais de 96 horas, sendo o assunto mais comentado do mundo durante quatro malditos dias.
O que eles veem de tão interessante em duas pessoas que assumidamente se amam?
Os jornais escreviam sobre isso. Os programas esportivos comparavam Mason com o meu pai. As páginas de fofoca se questionavam sobre como havíamos nos conhecido. As pessoas alternavam-se entre opiniões boas, cruéis e misóginas, sensacionalistas e provocativas.
Eu e o Mason tentávamos sobreviver.
Os paparazzis nos seguiam pelas ruas em busca de mais fotos, mais informações e mais detalhes que virariam dinheiro. Para a infelicidade deles, nós não estávamos a venda. Por outro lado, na vida virtual, éramos bombardeados com todo tipo de julgamento: