Anti-Hero.

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23 de fevereiro de 2020

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23 de fevereiro de 2020.
Londres, Inglaterra.

O jato retornava de Milão, sobrevoando majestosamente o típico céu nublado da cidade de Londres.

Tudo parecia pequeno. As construções não eram tão grandiosas agora, o volume de carros parecia inexistente e as pessoas eram pequenos átomos imperceptíveis a olho nu. A única coisa que, mesmo de longe, continuava a mesma era o clima. Sempre frio e preguiçoso.

Era engraçado como a capital inglesa contrastava perfeitamente com meu estado de espírito.

Os dias na Itália foram exaustivos, para dizer o mínimo. As Semanas de Moda tem um jeito único de nos fazer ver beleza nos momentos mais cansativos, sejam eles no ritmo caótico da cidade, na correria dos desfiles e na falta de estabilidade. Com o passar dos anos, essa realidade se tornou minha rotina.

Eu participo de oito Semanas de Moda por ano, desde a maioridade. Os desfiles das coleções de outono/inverno acontecem no mês de fevereiro. Por outro lado, os desfiles de primavera/verão ocorrem no mês de setembro.

Ao todo, foram quatro espetáculos: Gucci, Fendi, Versace e Giorgio Armani, respectivamente. Desfiles únicos, cheios da personalidade de cada grife. E, junto deles, pude encontrar estilistas que se tornaram meus amigos ao longo dos anos, o caso de Donatella e Giorgio.

Arrisco dizer que a Semana de Moda de Milão é a minha favorita. Paris tem sua tradição, é claro. Nova York tem seu charme e Londres é meu lugar no mundo. Mas, para mim, não há nada como uma massa italiana acompanhada de um idioma charmoso e pessoas cativantes.

O fato curioso é que ela é totalmente contrário da Inglaterra. Talvez seja por isso que eu ame a Itália. Seja nos momentos de trabalho ou em um verão ardente na Costa Amalfitana, eu definitivamente gosto daquele lugar.

Provavelmente sejam memórias da infância, porque morar no país foi diferente dos outros lugares. A França foi encantadora. Madrid fora especial. Os Estados Unidos passou a ser um peso, no final das contas. Em contrapartida, Milão foi o verdadeiro contato com o meu eu.

E, enquanto o avião pousava no Aeroporto de Heathrow, pensei em como seria difícil deixar a Inglaterra, se um dia fosse necessário. Eu posso gostar de muitos outros lugares, mas aqui sempre foi o meu lar, mesmo que eu tenha morado pouco tempo aqui durante a infância.

Assim que a tripulação anunciou a chegada à capital, Daisy e Rebecca preparavam os últimos detalhes para o nosso voo da madrugada, rumo à Paris, onde Anne e Joshua já estavam hospedados. Nos encontraríamos no aeroporto daqui exatamente 8h.

As comissárias de bordo organizaram as poltronas individuais, os aperitivos na pequena cozinha e a suíte compacta que ficava nos fundos. Do lado de fora, o aeroporto parecia um deserto em pleno domingo, às 12:23 da tarde.

Observei ao redor, pensando em quantas pessoas faziam o meu trabalho acontecer. Eram milhares: maquiadores, fotógrafos, cabeleireiros, pilotos e comissárias de bordo, secretária, assessor de imprensa, personal, nutricionista... Sem contar as pessoas que trabalhavam por trás de cada marca.

END GAME | Mason Mount.Onde histórias criam vida. Descubra agora