Ela, FLORENCE BECKHAM uma modelo e estilista de sucesso e filha de um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. Focada em seu trabalho e sua vida conturbada, cheia de compromissos, desfiles, exposição e fama, a garota se vê cada vez mais long...
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22 de janeiro de 2020. Londres, Inglaterra.
Há três dias eu fiz uma das maiores decisões da minha vida.
E mesmo que tudo tenha acontecido como o planejado, ainda custo a crer que é verdade. É difícil acreditar que algo tão grandioso assim tenha acontecido comigo.
Me considero um homem de sorte, de alguma forma. Tenho realizado sonhos em um curto intervalo de tempo e, mesmo assim, sinto que não estava preparado para uma estrela como essa. Talvez nunca estivesse.
Namorar a Florence Beckham é, definitivamente, o maior acaso que poderia me acontecer.
Na verdade, estamos quase namorando oficialmente. Ainda restam dois passos importantes: conhecer a família dela e tornar a relação pública, antes que a mídia descubra por conta própria.
E, sinceramente, as duas partes me assustam de formas diferentes.
A família Beckham é um primor no Reino Unido, a segunda família mais conhecida dentro da ilha. O sobrenome carrega peso, história, manchetes e fama. Assim como o restante do país, cresci rodeado por informações deles: David dominava o futebol inglês, Victoria preenchia o cenário musical e juntos eles formavam uma família comercial de margarina com aparições em tapetes vermelhos e fotos em jornais.
É engraçado pensar que antes da Florence me conhecer, eu sabia sobre sua vida. Nascemos no mesmo ano, com uma diferença de 52 dias, e enquanto eu era uma criança comum em Portsmounth, ela era a menina que os garotos da minha idade cresceram apaixonados. Sempre linda, carismática e filha do ídolo dos anos 2000.
E hoje, especificamente, não irei conhecê-los como o jogador do Manchester United ou a cantora das Spice Girls, e sim como os pais da minha namorada.
E isso muda tudo.
Nessa noite eu não serei mais um jogador da Premier League a cumprimentá-los, serei o namorado que se sentará com eles na mesa de jantar. O primeiro. O improvável.
Eu não sei como irão reagir. A inglesa tem três irmãos e uma irmã, que são unidos, protetores e cuidadosos. E mesmo sendo gêmea do Brooklyn, sei que ela acatou a responsabilidade de ser a irmã mais velha: a que cuida, que incentiva e que serve de exemplo. Parece bobo, mas para ela, os minutos a mais de nascida realmente fazem diferença.
Por agora, ainda existe uma linha invisível entre admiração e intimidade com os Beckham, mas ela está prestes a desaparecer. Não sei a que ponto seremos próximos, mas passaremos de apenas conhecidos.
Sou desperto de meus pensamentos ao ouvir a modelo bufar, sentada na beirada da minha cama. Seus olhos me observam com diversão, enquanto persisto em fechar os botões da camisa social. Vestir um terno parecia a escolha certa até ela abrir a boca.
— Amor, você não está indo conhecer a Rainha Elizabeth, lembra? — o tom era debochado, mas o sorriso no canto dos lábios evidenciava a provocação.
