Ela, FLORENCE BECKHAM uma modelo e estilista de sucesso e filha de um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. Focada em seu trabalho e sua vida conturbada, cheia de compromissos, desfiles, exposição e fama, a garota se vê cada vez mais long...
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08 de março de 2020. Londres, Inglaterra.
A cena ao meu redor parecia um cenário de guerra e, infelizmente, os destroços estavam dentro no meu apartamento.
O meu perfeccionismo descomunal havia passado dos limites, atingindo um nível patético de falta de controle. Era impossível nomear o sentimento de angústia, ansiedade e irritação que se misturava dentro de mim.
A razão da crise naquela manhã caótica de domingo? Um maldito jogo.
Eu não sabia decifrar o que acontecia comigo, possivelmente uma barreira emocional criada por antecipação. Ir à Stamford Bridge, agora como namorada de um dos jogadores, abriria porta para situações que eu não podia prever.
Na verdade, prever não era a palavra certa. Eu não podia reviver.
O cenário é diferente da primeira e única vez que pisei na casa dos Blues. Naquela ocasião, eu estava escondida debaixo de um boné, sentada numa arquibancada e tentando agir como uma pessoa comum. E, para além de não querer ser vista, ainda não namorava o Mason.
As coisas mudaram desde aquele mês de dezembro. Depois que começamos a namorar e assumimos a relação, nossas vidas nunca mais foram as mesmas.
Esquecer a enxurrada de comentários que recebemos era impossível. Sejam eles bons ou ruins. Lembro-me nitidamente de duas opiniões, que mesmo tão diferentes, me marcaram. Talvez pela sinceridade ou pela coragem de publica-lás em uma rede social.
Uma das pessoas, claramente com ódio de mim, escreveu: a filha do Beckham, que é torcedora do Manchester United, NUNCA será bem-vinda em Stamford Bridge.
Por outro lado, um verdadeiro torcedor respeitou o nosso relacionamento ao dizer: Se a Florence vier de bom-grado e para apoiar o time, será bem-vinda em nossa casa. E será um prazer ter ela do nosso lado!
Eu sabia que ir ao estádio culminaria em mais opiniões dessas duas vertentes: o ódio de um passado que não me pertence e o respeito pelo presente que cultivo. O problema é não saber o que irei encontrar pelo caminho. E isso me assusta.
O mundo do futebol não é estranho para mim, porque cresci no meio dele e, infelizmente, sei o que as pessoas são capazes de fazer ou falar. E agora, mais do que nunca, estou interligada à ele de duas formas: filha de um ex-atleta e namorada de um jogador em ascensão.
Os ataques, os comentários e as avaliações não pedidas tinham cada vez mais remetentes, seja do público da moda, do esporte ou das celebridades. Todos eles tinham algo a dizer sobre minha vida no âmbito pessoal e profissional.
E, quase como um espelho dessa bagunça interna, o meu closet estava uma catástrofe. Sequer parecia que o espaço era organizado por cores, texturas e estações, porque se encontrava num caos generalizado que me dava vontade de chorar até morrer.