Capítulo 41 - Turbulência

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O sol já havia nascido há algumas horas, porém ficamos mais tempo na cama aproveitando o tempo juntas, relembrando e comentando sobre o dia anterior.

Perdemos a conta de quantas vezes rimos da maneira natural que fazer um bolo, tenha se transformado em uma bagunça total de farinha, lembramos com carinho sobre a curiosidade de Esme e a alegria de Ruby, a maneira divertida que as meninas abraçavam nossas ideias malucas, bem quando iniciei uma guerra de bolinhas de papel e mais tarde a tranquilidade de um fim de noite com pipoca e filme. O dia de ontem foi revigorante, uma válvula de escape bem vinda depois da semana cansativa de trabalho.

Sabíamos que precisávamos fugir um pouco da rotina árdua da fazenda, ainda mais com o início dos projetos novos que exigiam mais esforço e dedicação de nós, e hoje com a mente e o corpo descansados, estariamos de volta a rotina de trabalho.

Decidimos tomar um café da manhã reforçado antes de nos separar e voltar às tarefas cotidianas. Conversamos sobre os próximos passos que precisávamos planejar para os projetos da fazenda, as metas que precisávamos alcançar e os desafios que teríamos que superar juntas.

Após o café da manhã, nos despedimos com um beijo demorado e seguimos cada uma para nossas respectivas tarefas. Enquanto eu me dirigia para os estábulos para cuidar dos animais, Lena ia para o escritório do vinhedo para organizar a papelada e fazer as reuniões necessárias.

— Chefe... — a voz soa baixa, devido à distância, meio desesperada. — Ei, chefe. — insiste Monel, correndo em minha direção enquanto retira o chapéu da cabeça e o segura contra o peito.

— O que foi, homem? Por que todo esse desespero logo de manhã? — pergunto, preocupada.

— Encontrei um dos cercados do norte todo arrebentado hoje de manhã. Os cavalos fugiram. — ele explica de maneira acelerada, visivelmente nervoso. — Reuni alguns homens e eles estão vasculhando as redondezas.

— Como assim, Monel? Como um cercado inteiro foi arrebentado sem ninguém perceber? — questiono, já intrigada com a situação.

— Não sei, chefe. Parece algo de alguém amador, fez uma baita bagunça mas não sei dizer se os cavalos foram levados ou só fugiram. — ele responde, olhando ao redor.

Percebendo a gravidade da situação, começo a elaborar um plano para recuperar os cavalos e identificar os responsáveis. Delego a Monel a tarefa de reunir mais homens e coordenar as buscas, enquanto eu mesma examino o cercado em busca de pistas que possam ajudar.

Após uma rápida inspeção no local, encontro indícios de que o cercado foi cortado deliberadamente e com ferramentas básicas, arriscaria até caseiras o que explicaria a bagunça.

Enquanto aguardo notícias dos homens em busca dos cavalos, a preocupação com a segurança da minha propriedade e a incerteza sobre as ações da pessoa que possa ter feito isso me consomem.

Meu celular apita.

|• O que está acontecendo?

É Lena quem manda mensagem. Levando em consideração a rapidez com que ela me manda mensagem, aposto que o assunto é a fofoca principal do momento.

|• Eu ainda não sei, mas um dos cercados está todo arrebentado. Alguns dos cavalos fugiram ou foram roubados.

Respondo rapidamente, observando os buracos de machadinha pelos tocos da madeira, indicando vários erros ao tentar quebra-lo.

|• O trabalho aqui está adiantado. Estou mandando alguns homens ajudarem na busca, Jonh está coordenando tudo pra mim.

A resposta de Lena me traz um pouco de alívio diante da situação caótica. Com a equipe reforçada, espero por notícias sobre a localização dos cavalos ou qualquer pista que possa ajudar a entender o ocorrido.

Say you won't let goOnde histórias criam vida. Descubra agora