"i love someone else"

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James não queria ir pra casa. Por mais que amasse viajar, sempre chegava a hora de que não aguentava mais não dormir na própria cama e não tomar banho em seu próprio chuveiro. Mas, desta vez, ele não queria voltar e não tinha nada a ver com a Itália, e sim com o cara de fios negros e olhos azul profundo que aperta sua mão na penumbra do carro quando param em frente à residência apagada dos Potter, com um sorriso pequeno em seus lábios.

Passaram o último dia na Itália sem fazer nada, curtindo a piscina da casa e bebendo das garrafas do bar de sua pai e pedindo comida no delivery. Agora, era domingo de madrugada e estavam de volta em terras britânicas. Estava morto de cansado, tinha que admitir, mas não queria soltar a mão de Regulus de jeito nenhum. Esfrega o polegar de Black contra o seu antes de desenrolar os dedos.

     — Abre a mala pra mim, Moony — murmura, esfregando os olhos de sono por trás das lentes dos óculos.

     Remus acena com a cabeça, apertando um botão no painel do carro. Ele tinha óculos de sol pretos no rosto e não estava muito disposto a falar desde que saíram do trem. Todos cansados, porém satisfeitos com a viagem. Mas esgotados demais para conversar e interagir uns com os outros.

Potter desce do carro e da um último olhar para Regulus — seu namorado — antes de bater a porta. Sua mala parecia que estava voltando mais pesada do que ela foi e ele a arrasta as rodinhas no asfalto depois de bater a mala e aparecer na janela do carona, encontrando o rosto de Sirius. Ele também usa óculos de sol, o cabelo escuro preso em um rabinho de cavalo.

       — Valeu pela carona — diz para o melhor amigo, trocando um aperto de mão.

      — Cinquenta libras — ele brinca, como sempre. Incapaz de perder o humor. Ele baixa os óculos o suficiente para que possa ver o cinza de seus olho. — Amanhã conversamos, sim?

      — Claro — James concorda aparentemente despreocupado, uma ponta de ansiedade se espalhando por seu cérebro.

    O carro acelera e vai embora depois de um sorriso  curto de Remus e o subir da janela do carona, sumindo segundos depois ao virar a rua. A próxima a ser deixada em casa seria Héstia, que babava sem parar no ombro de Regulus e ás vezes murmurava algumas palavras sem sentido desde que saíram da estação. James ri ao lembra da cena, seguindo o caminho de pedra que leva até a grande porta de madeira da casa de seus pais. Não estava pronto para voltar para o  seu apartamento. Aquele lugar o lembrava da inevitável verdade de que em setembro ele iria embora de novo.

E agora definitivamente não era um bom momento para pensar nisso, principalmente depois de tudo o que aconteceu entre ele e Regulus. Ouve as unhas de Toni arranharem contra a madeira da escadas assim que fecha a porta atrás de si e levanta o interruptor. Não demora para que aquela bolinha preta apareça balançando o rabo fino de um lado para o outro e latindo em seu direção. Seu coração se ilumina no mesmo momento, aquecido de tanto amor quase paternal. Senta no chão para receber o carinho e é atacado com muitas lambidas, fungadas furtivas e rodadas em volta dele.

      — O bom filha a casa retorna — Euphemia fala, descendo as escadas. Seu cabelo ruivo está preso em uma trança frouxa, ela usa roupas de academia. — Como foi a viagem?

     — Eu disse pra ele, mãe — James confessa e sua mãe franze a testa a princípio, mas logo a memória volta a funcionar e ela abre um sorriso surpreso. — Disse o que eu sentia. Tudinho. Bem, quase tudo.

      — E aí, Jamie?! O que ele disse? — ela caminha até o sofá branco, sentando em seu braço.

       James sorri, envergonhado, olhando para o rosto alegre de Tony e afagando seu pelo. Sem levantar o olhar, ele fala:

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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