Castigo? Até parece.

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No carro Dona Marta falava, enquanto eu a Diana tentávamos conter o riso:

-Nossa, a aula foi muito boa, a professora é ótima, e os exercícios leves, sem contar que deixa o bumbum durinho.

Depois de 5 minutos escutando Dona Marta falar, eu tive a brilhante ideia de pedir para ela parar enfrente ao shopping que iriamos passar dali a uns 10 minutos.

Dona Marta exitou, começou a perguntar se minha mãe deixava eu ficar sozinha no shopping, com os perigos de hoje em dia e blábláblá , eu respondi que sim, e que ela não precisava se preocupar de ligar para minha mãe, pois ela devia está bastante ocupada, como sempre.

Alguns minutos depois, sai do carro, agradeci a elas pela carona, e a companhia da Diana, que não iria poder ficar pois teria aula de francês dali a 1 hora.

Entrando no Shopping, resolvi que só iria comprar o necessário: um vestido, e uma rasteirinha.

Almocei no shopping mesmo e depois de duas horas andando por lá, conseguir comprar um, na verdade vários vestidos lindos, e uma rasteirinha bem bonita, peguei um taxi e fui para casa. Ao chegar em casa, Lucci, a emprega, veio correndo em minha direção, falando nervosamente:

-GRAÇAS A DEUS, SUA MÃE ESTÁ QUE NEM LOUCA A TUA PROCURA, VOCÊ NÃO ATENDIA O CELULAR, E SUA MÃE LIGOU PARA A MÃE DAQUELA SUA AMIGA...AH DIANÁ, ELA DISSE QUE TINHA DEIXADO VOCÊ NO SHOPPING, E SUA MÃE FICOU UMA FERA, ACHO MELHOR VOCÊ LIGAR PRA SUA MÃE LOGO.

-Calma Lucci, meu celular deve ter descarregado e eu não percebi, vou ligar para ela de lá do quarto, com licença.

Fui calmamente andando em direção ao quarto, nada demais iria acontecer a não ser minha querida mamãe me chamar pelo nome completo, me dar uma bronca, e falar que quase morreu de preocupação, coisa que eu tenho certeza que é mentira, pois se ela realmente estivesse preocupada comigo , o mínimo que fosse, ela estaria em casa, me esperando chegar, para fazer todo o seu teatro ao vivo.

Ao entrar no quarto joguei as compras em cima da cama, coloquei meu celular para carregar, depois peguei meu telefone e liguei para o escritório de arquitetura da minha mãe.

Quem atendeu foi a Ana, secretaria do escritório:

- Boa-Tarde, escritório de arquitetura da Sra. Camyla.

- Boa-Tarde Ana, sou eu, a Mary, pode passar para minha mãe, por favor.

- Graças a Deus Mary, sua mãe estava em uma agonia danada aqui, achando que você tinha sido sequestrada.

Ela falou aquilo com um tom de risos. Respondo com um tom de deboche:

- Estou ligando para avisar o preço do resgate, mas se ela não puder me atender agora, peço aos bandidos para ligar depois.

- Vou passar a chamada para o escritório dela agora.

Demorou aproximadamente 8 segundo para minha mãe atender, até que demorou se comparado a ultima vez, que foram 4 segundos. Com um voz de preocupação ela atendeu já gritando:

-ONDE VOCÊ ESTÁ COM A CABEÇA MARYANA SANTOS DAVILLA? IR PARA SHOPPING SOZINHA, SEM ME PEDIR PERMISSÃO E AINDA POR CIMA NÃO ATENDER O CELULAR.

- Calma Senhora Camyla, ou se não for atrapalhar seu trabalho, posso me dirigir a você como minha mãe.

-NÃO COMECE COM AS IRONIAS!

-Esquece. Olha, eu só dei uma passada no shopping porque eu precisava comprar roupas, vou sair com alguns amigos, hoje a noite. E eu não pedi sua permissão porque acho que já sou grandinha o suficiente para ir no shopping sozinha.

- MARYANA SANTOS DAVILLA, VOCÊ SÓ TEM 15 ANOS, SE VOCÊ PEDISSE PERMISSÃO TALVEZ EU ATÉ TE DEIXASSE IR, MAS ACOMPANHADA DE ALGUMA AMIGA.

- Tá mãe, não precisa gritar, o importante é que eu estou bem e viva, agora preciso desligar, tenho que começar a me arrumar.

- SE ARRUMAR? VOCÊ NÃO VAI SAIR ESSA NOITE DE JEITO NENHUM, ESTÁ DE CASTIGO DURANTE 1 SEMANA, E AINDA AGRADEÇA QUE É SÓ 1 SEMANA.

-A FALA SÉRIO.

-EU ESTOU FALANDO MUITO SÉRIO. VOCÊ NEM OUSE SAIR DE CASA DURANTE O CASTIGO, A NÃO SER PARA IR PARA ESCOLA.

Depois da última frase ela desligou o telefone.

Nem morta que eu iria perder um encontro com um gatinho como o Rafa, por causa de um castigo.

Comecei a me preparar para o encontro, já eram 3 horas da tarde, fiz as unhas, esperei secar, pedi para Lucci fazer um lanche para mim, tomei banho, depois fui lanchar, arrumei o cabelo ( deixei ele solto e modelei com o babyliss), depois fiz a maquiagem ( Um marrom esfumado, com um batom cor uva, e rímel), coloquei o vestido (era daquele estilo mais curto na frente e longo atrás, preto), calcei a rasteirinha que eu tinha comprado, passei o meu perfume favorito (Chanel N°5), quando terminei de me arrumar já eram 18: 50. Peguei meu celular, e fui para sala. Quando eu cheguei na sala Lucci já foi logo falando:

-Mary, sua mãe me deu ordens de não deixar você sair, esta de castigo.

Sorri para ela e falei:

-Ah... ela estava brincando, ela não me coloca de castigo há uns 7 anos, e não seria agora que iria me colocar, até porque não sou mais criança para ficar de castigo.

No exato momento que terminei de falar, o interfone tocou, anunciando que o Rafa havia chegado, peguei minha bolsa de franjas, e continuei:

-Já vou indo Lucci.

-Mary eu não posso deixar você sair, vou ser demitida.

-Fica despreocupada, que eu garanto que não vai ser não, se minha mãe perguntar como eu consegui sair, diz que eu fugi e você não viu.

Eu bati a porta e fui em direção ao elevador, com a Lucci no meu calcanhar, falando que não podia deixar eu ir.

O elevador chegou, e eu entrei, só parei de escutar a voz da Lucci quando as portas do elevador se fecharam.

Ali estava eu indo rumo a um encontro, com um garoto lindo, que eu mal conhecia. Tá, eu sei que iria ser um encontro em grupo, mas de qualquer jeito seria um encontro.

Fúria Adolescente!Onde histórias criam vida. Descubra agora