Enquanto descia no elevador, respirei fundo, e rapidamente me arrependir do que tinha falo alguns segundos antes para minha mãe.
Sabia que ela só se dedicava tanto ao trabalho para me dar o conforto de estudar em uma das melhores escolas de São Paulo, morar em um apartamento maravilhoso,comprar roupas novas no momento que eu quisesse, fazer academia, viajar para fora do Brasil nos feriados...
Enfim, eu tinha uma vida de princesa graças a ela, e ainda reclamava.Sem contar a mulher guerreira que ela foi ao me criar sozinha, depois de se separar do meu pai quando eu tinha 2 meses de vida, e ao mesmo tempo que me criava, conseguir se formar em arquitetura e se tornar uma mulher muito bem sucedida, eu havia realmente sido grossa demais, mas ela tinha que relevar , afinal eu estou na TPM.
Assim que saiu do prédio, vejo a Diana e sua mãe, Dona Marta, dentro do carro.
Diana era baixinha, de pele muito clara, cabelos loiros muito longos e lisos, e de olhos castanhos claros, Dona Marta era idêntica a Diana só que mais velha e de cabelos mais ondulados. De longe qualquer um diria que são irmãs gêmeas; ao me avistarem acenaram para mim, entrei no carro, e conversando animadamente sobre o que iriamos fazer nas férias que seriam dali a 1 meses, partimos em direção a academia.
Ao chegarmos, Dona Marta foi direto para sua aula de spininning, enquanto eu e a Diana ficamos na esteira, contei para ela sobre a pequena discução que tive com minha mãe, ela escutou atenciosamente e depois falou meio ofegante:
-Você e essa sua mania de se irritar facilmente e jogar a culpa na coitada da TPM.
Eu olhei para ela séria e falei:
-Realmente eu ando me estressando muito fácil, não sei porque, afinal minha vida é perfeita.
-Quer saber, vamos tirando esse estresse, que tal festa do pijama lá em casa, hoje, eu você e a Endy?
-Combinado.
Depois de longos 5 minutos andando na esteira e conversando animadamente sobre nossos planos para as férias, percebi que um menino loiro não muito malhado, e com cabelos desgrenhados, estava me olhando, avisei de forma discreta para a Diana, que não foi nada discreta em olhar para o garoto.
Não sei porque quando digo para alguma amiga "Olha disfarçadamente." Acho que elas escutam "Olha e fica encarando." .
Depois de encarar o garoto por uns 5 segundos ela virou o rosto para mim e falou:
-Huuuum, Genteee, que gatooo! Mary, vai lá falar com ele, vai.
- Falar oque Diana? Não vou paquerar ele no meio da academia, vai que sua mãe ver e pensa que sou uma atirada. Não, não.
-Corta essa, a aula da minha mãe só termina daqui a 45 minutos.
-De jeito nenhum eu vou beijar um garoto que eu nem conheço.
-E quem falou em beijo? Apenas vai lá e conversa com ele.
Enquanto estavamos "destraídas" discutindo se eu deveria ou não falar com o garoto, fomos interrompidas por um :
-Oi.
Era o garoto loiro. Eu fiquei rapidamente vermelha, queria ter naquele exato momento uma capa da invisibilidade do Harry Potter. Cumprindo meu papel de retardada olhei para ele e falei:
-Está falando comigo?
Não, não, ele está falando com o ser invisível do meu lado. Como eu sou idiota.
Ele sorriu, e que sorriso, dentes perfeitamente alinhados, e quase tão brancos quanto a Diana, e depois continuou:
-Acho que sim, é que eu sou novo nessa academia, estava observando as meninas, e me decepcionei, não tinha nenhuma bonita. Mas daí eu vi você e fui obrigado a mudar de ideia.
-Obrigada.
Falou Diana, irônica .
-Bem, se me derem licença, eu acho que a feia aqui vai dar um tempo na lanchonete.
Continuou ela, já se afastando.
Depois do elogio que eu acabara de receber de um garoto gato que eu nem conhecia, eu não sábia se saia correndo, agradecia, ou continuava parada. Mas daí pensei que não é todo dia que um garoto super gato te elogia na academia, então respondi:
-Obrigada pelo elogio.
-O elogio foi totalmente verdadeiro, e peça desculpas a sua amiga, eu não queria ofende-la.
-Certo.
Ele continua me encarando. Merda! Pensa em algo para falar, pensa.
-Como sou mal educado, nem me apresentei. Prazer, me chamo Rafael, mas todos me chamam de Rafa, tenho 17 anos, sou de Brasília, mas me mudei para São Paulo faz 1 mês. E você?
Não sei se o fato dele ser bonito, bom de papo e carismático me influenciou a conversar com ele.
Só sei que quando dei por mim,já tinha contado á ele onde morava, meu nome, minha idade ( com a qual ele ficou surpreso ao saber que eu só tinha 15 anos), sobre meus amigos, e até mesmo sobre meu pai.Ele me contou que se mudou para São Paulo porque a mãe foi transferida para cá,e que o pai dele havia morrido em um acidente de carro. Depois do que pareceu para mim 1 minuto de conversa, mas que o meu relógio marcara 30, ele perguntou:
-Vai fazer algo essa noite?
Sabia que se respondesse não, ele com certeza me chamaria para sair, então respondi :
-Não.
-Vou sair hoje a noite com alguns amigos que tenho aqui em São Paulo, gostaria de ir comigo?
-Depende, para onde vocês vão?
-No cinema.
-Hã... Passa as 19:00 lá em casa?
Depois de tudo combinado, trocamos os números dos celulares, e depois dei tchau a ele.
Para uma garota a principio "tímida" como eu, não tinha me saído nada mal conversando com um garoto lindo, que eu mal conhecia, e que me elogiou/paquerou.
Ao me afastar dele fui direto me encontrar com a Diana. Ela estava na lanchonete, mexendo no celular, e ao me ver, com um sorriso malicioso no rosto falou:
-Para uma garota "tímida" como você, passar 35 minutos conversando com um garoto que mal conhecia, é um ótimo começo.
Com um sorriso do tamanho do mundo, respondi:
-Cala a boca Diana. Não vai mas rolar a festa do pijama hoje a noite.
-Não? Porque?
-O Rafa me chamou para sair.
-Rafa?
-O garoto com quem eu estava conversando.
Contei tudo sobre a conversa para ela, e quando terminei Dona Marta estava nos chamando para irmos embora.
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Fúria Adolescente!
RomantiekMaryana conhece Rafael na academia e rapidamente eles se aproximam, apesar de alguns tropeços no início, como um surto do Rafael, após a Mary ser paquerada por um garoto na praia, eles inicam um namoro incerto. Depois de desobedecer sua mãe, saindo...