Obrigada

13 1 0
                                    

Acabo de terminar o café da manhã, obrigada Deus.

Entro no quarto e já vou logo pegando meu celular.

17 chamadas perdidas do Rafa.
Ligo pra ele na hora.

-Oque aconteceu? -Pergunto assim que ele atende.

-Isso eu que pergunto, me acabei de ligar para você e só caia na caixa.

-Eu estava tomando café da manhã, Rafael.

-ISSO NÃO É RAZÃO PRA NÃO ATENDER! -Grita.

-Você tá louco? Achei que algo grave tinha acontecido.

Ele fica em silêncio.

-Desculpa, eu só estava com saudade. -Sus voz volta, estranhamente, ao normal.

-Ah lindo, faltam só mais 1 semana e 5 dias.

-Pouquíssimo tempo por sinal, quase agora. -Ele responde, rindo.

Continuamos conversando por mais alguns minutos, até que o escuto meu pai me chamando. Me despeço do Rafa, com a promessa de ligar mais tarde, e desligo.

Desço as escadas.

Jona e Karina conversam e ao me verem, param.

-Vamos? -Pergunta Karina Sorri

Meu pai entra na sala:

-Vamos meu amor.

Saímos e vamos até o carro, Jona abre a porta e faz sinal para que eu entre.

-Olha, ele tem um lado gentil. -Ironizo.

-Na verdade, só estou fazendo isso por educação. -Responde, sentando no banco de trás, junto a mim e fechando a porta.

-Vamos conhecer algumas praias, a ilha não é tão grande, da para conhecer ela toda em apenas um dia. -Meu pai vai falando em quanto a casa vai se afastando.

-Tenho certeza que você vai amar, Maryana. -Karina sorri para mim.

Do lugar posso até gostar mesmo, já da companhia. -Olho para o Jona, que esta mexendo no celular.

*************************************

O dia por incrível que pareça foi bom, o tempo não estava tão ensolarado, as prainhas eram lindas, almoçamos em um restaurante à beira mar, e no fim da tarde retornamos para casa.

O Jona sempre cumprimentava alguém, ele parecia conhecer quase todo mundo daquele lugar. Um lugar incrível, por sinal.

Tenho que admitir que apesar de já ter viajados para inúmeros lugares, nenhum fez eu me sentir tão bem quanto aqui, sinto uma paz interior, algo sem explicação.

Brenno e Karina sempre faziam observações interessantes sobre os lugares ou praias que passávamos.

Já era meio da tarde e estávamos parando em uma das praias mais lindas, entre as tantas que passamos.

Descemos do carro, e aproveitei que o Brenno e a Karina conversavam e o Jona estava no celular, para me afastar um pouco.

O mar estava tão lindo, um azul mágico, uma pena estarmos só parando rapidamente em cada praia, porque se não já estava dando um bom mergulho.

-Essa é uma boa praia para mergulhar, o mar é calmo e nem um pouco traiçoeiro.

Me viro e Jona sorri para mim.
Caramba, o que ele tem de chato, ele tem de lindo.

-Ham? -Falo meio desorientada.

-Naquele dia na praia você falou que gostava de mergulhar, então, essa é uma boa praia para isso.

-Hum, interessante. -Ele dar um passo e fica ao meu lado:

-Eu estou tentando ser gentil com você, então, por favor pode tentar fazer o mesmo.

-Desculpa.

-Mas você é uma mimad... o que? Eu ouvi um 'desculpa'?

-É que não é tão fácil pra mim, está aqui, passando esse tempo com vocês e principalmente com meu pai. Sei o quanto ele está tentando se aproximar, mas eu criei um escudo ao meu redor e não sei como destruí-lo. -Olho para ele que me encara com aqueles olhos verdes incríveis. -Quer saber, esquece.

-Você precisa perdoa-lo primeiro. -Ele começa, me deixando surpresa -Esse é o escudo que você criou, a mágoa que tu sente dele. O Brenno é um cara incrível, e você não pode perder a chance de conhecer o homem  que seu pai é, por causa da decisão que ele tomou 15 anos atrás. Ele era jovem, imaturo e não tinha a dimensão do que ia perder ao não acompanhar o seu crescimento. Só eu e minha mãe sabe o quanto ele se arrepende todo santo dia por não ter tido o convívio de pai e filha com você.

Não sei o que dizer, apenas olho a vastidão que é o mar ao longe. Ficamos alguns segundos olhando o infinito, a brisa de fim da tarde faz eu me arrepiar por inteiro:

-Você está tão certo que não sei nem o que dizer.

Ele tira o casaco que está usando e coloca pro cima dos meus ombros:

-Um obrigado seria bem vindo. -Fala sorrindo.

-Obrigada. -Sussurro enquanto nos encaramos.

Ele confirma com a cabeça:

-Até que você não é tão chata assim.

-Ah, mas você é.

Ele ri e algo dentro de mim vibra.

-Meninos, vamos. -Escutamos Karina chamar.

Desviamos o olhar e vamos para o carro.

No fim das contas, a viajem não está sendo uma perda de tempo, muito pelo contrário.
*************************************

Fúria Adolescente!Onde histórias criam vida. Descubra agora