O laço que nos une | Nessian

Capítulo dezessete

A noite mal havia começado e as batidas da música traziam a agitação que toda festa precisava. Alguns convidados nadavam na piscina, mas uma grande concentração de pessoas estava na sala de estar, onde a festa realmente acontecia.

Sentada no sofá, Nestha segurava uma caneca de chopp. Seu tornozelo havia melhorado consideravelmente, mas ainda assim preferiu não fazer muito esforço. Emerie e Gwyn foram pegar mais bebidas, mas poucos minutos depois, o espaço no sofá foi preenchido por outra pessoa.

Helion não disse nada quando se sentou, apenas levantou a caneca de chopp igual a dela, convidando-a para um brinde. Nestha ergueu a caneca que tocou a dele, causando um tintilar abafado pelas músicas e vozes. Por pura coincidência, os dois tomaram um gole da bebida na mesma hora.

De repente, como uma força gravitacional já familiar, ela viu Cassian os observar do outro lado da sala, segurando um copo de cerveja.

O gole do chopp desceu queimando, mesmo com a bebida gelada. As palavras de Helion, próximas ao seu ouvido, dividiram sua atenção:

— Eu gosto de tirar ele do sério.

Nestha virou a cabeça para encará-lo.

— Então isso é uma brincadeira pra você?

— Não exatamente. Fiquei interessado, mas você está muito concentrada no meu primo. Já entendi que não tenho chance e eu amo demais esse cara pra tirar o que é dele.

— Eu não sou de ninguém.

— Então você vai ter que dizer isso a ele — Helion indicou o ponto a frente deles, onde a forma de Cassian se movia firmemente até o sofá.

— Vou indo. E me convidem pra o casamento de vocês.

Helion se afastou, mas Nestha não conseguiu ter reação alguma sobre essa história de casamento, pois a imagem de Cassian tomando conta do cômodo inteiro já monopolizava seus pensamentos e o coração, que recebeu uma carga de adrenalina. Ela era dona de si, não tinha a menor dúvida disso, mas em uma parte escondida das suas emoções, ela gostaria de ser de Cassian também. Ah, droga!

— Estou fodida...

— O quê? Está fodida por quê? — Emerie chegou com Gwyn bem na hora, sentando cada uma ao seu lado.

Cassian, por sua vez, não foi até o sofá como ela imaginava, parou perto de Azriel. Antes que Nestha precisasse responder a pergunta de Emerie, a voz de Mor se sobressaiu às outras:

— Que tal jogarmos Eu Nunca?

— Brincadeira de adolescente — Amren resmungou.

— Ah, eu acho legal — Feyre disse.

— Eu gosto — Helion levantou a caneca de vidro e olhou sutilmente para Nestha. — Bebida sempre combina com Eu Nunca.

— Vamos jogar — Cassian tomou a palavra, encarando o primo atentamente. — Eu começo: eu nunca traí alguém.

Helio tomou um gole.

— Já fui um adolescente imaturo.

Outras pessoas ao redor também beberam. Feyre, Rhys e Elain, que haviam se aproximado, permaneceram com a bebida longe da boca, assim como Cassian, Nestha e as amigas.

Uma roda não planejada havia se formado.

— Eu nunca menti pra pegar alguém. — Helion disse.

Grande parte das pessoas não beberam, mas percebeu que Amren sim.

Lucien tomou a vez:

— Eu nunca tive sonhos eróticos com alguém dessa roda.

Nestha não queria admitir que seus sonhos foram visitados por Cassian de várias formas possíveis, mas tomou seu gole devidamente. Ela sentiu aquele comichão específico no peito assim que viu o olhar de Cassian fixado nela, enquanto a cerveja passava pela garganta dele também. Outro comichão a envolveu mais embaixo.