Holly Potter - Entre Mundos e Varinhas

Capítulo 61 - Um breve adeus

O Salão Principal fervilhava de conversas animadas, risadas e, em alguns cantos, soluços contidos de desapontamento. O diretor acabara de anunciar o resultado da Taça das Casas, e, pelo segundo ano consecutivo, Corvinal saíra vitoriosa. Para completar a glória, também haviam conquistado os títulos de campeões em Gobstones e Quadribol. Um feito histórico que não acontecia havia mais de três séculos.

Na mesa dos professores, o pequeno professor Filius Flitwick estava radiante. Seu rosto brilhava com um misto de orgulho e alegria enquanto recebia os cumprimentos dos colegas. Minerva McGonagall, apesar da expressão estoica, tinha um brilho de respeito nos olhos ao parabenizá-lo.

Já a mesa da Grifinória parecia ter sido forçada a engolir um balde de limão azedo. Oliver Wood, em especial, olhava para o prato com um misto de frustração e determinação.

Holly sabia que ele voltaria ainda mais focado no próximo ano, tentando de todas as formas arrancar a taça de Corvinal.

— Não acredito! Somos tricampeões! — exclamou Sue Li, radiante, quase pulando na mesa.

— Meu pai vai ficar orgulhoso. Ele também foi da Corvinal — disse Anthony Goldstein, dividindo um sorriso largo com os amigos.

Morag revirou os olhos, lançando um olhar divertido para os dois.

— Idiotas, ganhamos a taça no ano passado também. Vocês deveriam ter se acostumado! Afinal, temos nosso amuleto da sorte — disse ela, jogando um braço sobre os ombros de Holly.

A ruivinha soltou um riso e cortou um pedaço generoso do pernil à sua frente, colocando-o no prato com satisfação.

— Não seja tola, Morag. Todos da casa contribuíram — afirmou, mas sem esconder o sorriso vitorioso.

Do outro lado da mesa, Jimin inclinou-se sobre o braço, observando-a com um brilho travesso nos olhos.

— Eu concordo. Holly é nosso trevo da sorte — disse ele, com um sorriso radiante.

O elogio aqueceu o coração da garota, embora ela tentasse ignorar o formigamento nas bochechas. Já havia aceitado que tinha uma pequena queda por ele, mas era apenas isso. Nada mais.

— Devemos comemorar hoje à noite no dormitório! — gritou Sarah, erguendo os braços, e foi imediatamente acompanhada por gritos de aprovação.

Holly desviou o olhar para a mesa da Sonserina. Theodore Nott parecia estranhamente calmo, até mesmo... satisfeito? Considerando as recentes notícias da morte de sua tia e de seu pai, era surpreendente vê-lo tão tranquilo. Ao seu lado, Draco Malfoy falava algo com entusiasmo, o que irritava visivelmente Blaise Zabini. Pelo que parecia, Draco sempre quisera um irmão, e agora que tinha encontrado um em Theodore, não desgrudava. Zabini, por sua vez, não estava nada feliz com o novo "irmão postiço" monopolizando seu melhor amigo.

Holly suspirou e voltou sua atenção para a mesa dos professores. Seus olhos encontraram os do professor Snape, que, com um gesto sutil, acenou levemente com a cabeça. Ela retribuiu o gesto, lembrando-se da conversa que tiveram sobre as férias de verão.

Severus Snape deveria permanecer em Hogwarts por mais duas semanas, entre reuniões e ajustes finais para o próximo ano letivo. Holly, por outro lado, garantira que passaria a primeira semana na casa de seus parentes repugnantes. Detestava a ideia, mas sabia que ainda precisava manter as proteções de sangue ativas.

Quando Severus perguntou por que se importava tanto, Holly simplesmente respondeu que Dumbledore envolveria em sua vida, e ela precisava manter as aparências. Ela encontraria uma desculpa para se afastar pelo restante das férias, assim como fizera no ano anterior.