⭐Uma Tradução De (AHETEP)⭐

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Eis a reescrita do texto "A Harmless Ending To Edge Purity":

O éter permanecia teso, como se a própria urdidura do mundo houvesse sido levada ao seu limiar de tensão, a palpitar no prenúncio de uma magna exalação. Em algum ponto ermo da distância, um relógio jazia oblíquo na parede, seus ponteiros obstinando-se na imobilidade. O tempo aderia ao aposento qual orvalho denso, grave e inerte, enquanto o silêncio intumescia, diáfano e vívido em sua presença.

Extramuros, um rio serpeava pela paisagem, suas águas plácidas a transportar frágeis vestígios de pureza prístina: pétalas dispersas, lascas imaculadas de luz etérea e sussurros tão tênues que se desvaneciam ao roçar a superfície aquática. A corrente fluía, mansa, porém inexorável, a corroer a terra em ínfimos incrementos, de tal modo sutis que se afiguravam inócuos. Contudo, cada ondulação parecia vibrar com um propósito silente, como se aquiescesse à efemeridade da pureza, ciente de que sua fluidez perene seria, ipso facto, conspurcada.

Em zênite celeste, a lua pairava em uma descida impossível, luminosa e excelsa em sua imensidão. Abatia-se, não com o fragor da catástrofe, mas com uma estranha e deliberada volição graciosa, qual se ambicionasse tangenciar a epiderme terrestre sem macular sua tessitura. Seu fulgor diáfano inundava o orbe em pálida reverência, a embaçar cada recorte sombrio, a transmudar cada aresta em seda fluida e etérea.

No centro de uma planície desolada, uma escada alteava-se em direção ao éter insondável. Seus degraus de madeira, puídos pelo tacto de mãos que ora jaziam inertes, cintilavam tênues sob o banho lunar. Era uma estrutura adstrita ao vácuo da destinação, um gesto lancinante rumo à ascensão, obstinado em sua incompletude. Subjacente à sua base, o rio rastejava pertinaz, sua superfície espelhada a refletir o anelo infindo da escada por um éden celeste jamais alcançável.

Intramuros de um quarto desprovido de vãos, um espelho invisível ancorava o próprio ar rarefeito. Sua presença fazia-se sentir, não avistar, qual o peso lancinante de lágrimas inconsoláveis. Absorvia o tudo - o lume lunar, o murmúrio fluvial, a tensão horária - e nada regurgitava ao mundo fenomênico.
Aproximar-se era experimentar o esvaecimento das próprias fronteiras identitárias, o self a se diluir em algo simultaneamente mais brando e mais alheio ao intelecto.

O rio intumesceu. A lua declinou. A escada oscilou. E, no entanto, nada se estilhaçou. Eis o final inofensivo, um instante suspenso no éter do quase-ser perpétuo. A pureza intrínseca a cada elemento vacilava no precipício de transmudar-se em outro, mas jamais sucumbia à queda. O rio não bramava em fúria; abraçava em volúpia. A lua não colidia em fragor; acariciava em lenidade. A escada não desmoronava em ruínas; tão somente aguardava em silente expectação.

Mesmo o espelho, invisível e inexorável, não demandava finalização apoteótica. Seu influxo era suave, qual maré que impulsiona sem jamais afogar. Adentrar sua aura não era aniquilação, mas capitulação - um desfazimento lânguido, um abandono paulatino da acrimônia, até que, in extremis, remanescesse apenas a curvatura do ser, diáfana e prístina em sua essência.

Ao epílogo, as arestas não se esgarçaram em fios; antes, amansaram-se em lenidade. O rio dobrou-se ao horizonte, qual vergôntea. A lua beijou a terra sem jamais macular sua tez. A escada permanecia ereta, inconclusa, porém incólume. E o espelho - silente e invisível - continha o omnis em seu âmago, a refletir não o pretérito perdido, mas o presente transmutado em essência.

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