Capitulo Vinte

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Ele estava vindo a passos rápidos, eu não sabia oque fazer então apenas corri, corri em zigue zague, maldito álcool.

Estava nos corredores da faculdade quando seus braços fortes me puxaram eu não estava esperando e acabei caindo em cima dele, ele também perdeu o controle e lá estávamos nos caídos no meio do corredor, seus olhos tensos me transmitiam um medo incomum, saí de cima dele e tentava in vão me levantar.

- Você quer ajuda?- ele pergunta já em pé.

Eu apenas afirmo, minhas pernas não me correspondem, ele me enlaça em seus braços e me puxa pra cima, estou de pé novamente.

- Esta tudo bem?- ele ainda permanece com os braços ao meu redor, tudo esta rodando e eu cambaleio para trás.- Clara..

- Não toque em mim.- fecho os olhos.

- Por favor.. Eu.. Desculpa.- ele fala por fim e da um passo a frente, dou dois para trás.

- Desculpa? Serio?- uma raiva se instala em mim, e eu me sinto muito corajosa, mas do que já fui alguma vez na minha vida.- Eu não sei se consigo, sabe.. Eu disse a você que não me deixasse eu nunca disse isso a ninguém e a você eu implorei, mas oque você fez? Você foi embora, você sempre vai embora! Olha oque você fez comigo..- ele olha para baixo.- Olha pra mim.- Grito.

Ele parece abatido e levanta o olhar, como se olhar pra mim o estivesse maltratando por dentro. Eu olho ao redor mas estamos sozinhos.

- Olha o que você fez comigo, eu sou a porra de uma garota alcoólatra e depressiva, mas não é só culpa sua..- eu passo a mãos no rosto mas nenhum sinal de lágrimas, acho que já não consigo chorar mais..- A culpa é minha por amar alguem tão POUCO pra mim..

- Eu não sabia..- ele passa a mão no cabelo e o puxa levemente.- Me des..

Não o deixo termina.

- Vá para o inferno com suas desculpas, eu não aguento suas reviravoltas, elas sempre me afastam e me machucam. Você é um egoísta, idiota.. Eu.. Eu te odeio.- corro na direção dele começo a bater no peito dele, ele não faz nada, apenas fica parado recebendo os golpes, eu fecho os punhos e continuo batendo e por fim dou um tapão na cara dele.

Me Afasto e percebo que ele esta extasiado.

- Eu te amo..- ele sussurra.

- Eu te odeio!- grito na cara dele, falo em um tom firme e frio.

Sinto meu estômago se revirar e corro para o banheiro.








Kaio - ( POV )

Fiquei um momento parado no corredor tentando me recuperar das palavras que ela havia me falado, mas que merda eu fiz? Por que eu sempre a Afasto?

Eu a machuquei demais, ela não era assim.. As palavras frias e odiosas dela entraram em mim como uma faca, ela não poderia me odioar, poderia?

Corro para o estacionamento, quero ir para qualquer lugar longe disso tudo, entro no carro e dou partida, vejo ela de frente a faculdade e por um segundo nossos olhares se encontram, ela não vai voltar, penso.

Corro como nunca havia, passo três sinais vermelhos, eles pouco me importam, nada me importa. Apenas acelero, como uma bala rápida..

Perco meu momento lúcido e meus olhos se embasam por conta das lagrimas que atrapalham minha visão e a última coisa que escuto é uma alta buzina, olho instantâneamente e vejo a claridade do farou, e a única coisa que me vem na cabeça é ela, somente ela..

Então tudo escurece.







Clara - ( Pov )


Vomito todo o álcool que estava em meu corpo, olho no espelho e vejo como estou pálida, não acredito que falei que o odiava.. Eu o amo tanto que doi.

Mas ele não merece saber, quero sair daqui.

Corro para frente da faculdade na procura de um táxi e assim que acho um, sou surpreendida por um carro em alta velocidade e assim que meus olhos encontram os dele, eu sinto um... Adeus?

- Kaio.. Não.- sussurro.

Meu estômago se contrai e meu coração se aperta.
Corro para o táxi e a única coisa que consigo dizer é

- Siga aquele carro.

Estamos um pouco atrás do Kaio, e a cada farol vermelho que ele passa sinto que meu sangue some, estou nervosa, minhas mãos estão suando frio e meu coração esta ao ponto de sair pela boca.

Perdemos ele de vista, ele esta muito rápido, mesmo assim seguimos em frente, ate que escuto uma grande batida...

Todo o trânsito para e assim que o táxi vai perdendo velocidade eu saiu sem pensar duas vezes, não pode ser, não pode ser... E a única coisa que me vem na cabeça.

Assim que vejo o carro totalmente amassado entre um caminhão e uma parede e percebo que é o carro dele eu me desespero, e lagrimas da alma começam a sair, e sem duvidar eu paro alguns segundos de respirar, mas uma esperança se instala assim que o vejo no chão e algumas pessoas ao seu redor.

Corro, corro com medo, eu preciso dele agora. Ele não pode ir embora, eu preciso dele.

- Kaio..- grito- Não, não..

Me coloco ao lado dele e observo a pulsação, ela esta muito fraca.

- Liguem para ambulância.- grito novamente.- Por favor...

Vejo que sua cabeça esta muito machucada, e eu choro descontrolada enquanto mais e mais pessoas curiosas chegam junto

- Não me deixe.- sussurro pra ele.- Eu te amo.. Não, por favor.

Estou descontrolada em gritos misturados com soluços, ate que vejo a ambulância se aproximar.

- Não me deixe, eu preciso de você! - repito instantaneamente pra ele.

Sou puxada de perto dele por um policial.

- Me larga, eu preciso ficar com ele.- grito tentando me soltar do policial.

- Calma moça, eles precisam leva lo para o hospital.

- Eu vou com ele, por favor.. Eu o amo.- choro amargamente.

- Tudo vai ficar bem moça.- ele parece com pena de mim, mas não me importo.

- Me deixe ir com ele.- grito e tento novamente me soltar, ate que vejo os paramédicos colocando ele dentro da ambulância, dou uma cotovelada no policial e corro para a ambulância, mas sou surpreendida por um paramédico que me segura e injeta alguma coisa em mim.

- Oque você fez comigo? - pergunto entre um soluço e outro, sinto meus olhos pesarem.

- Apenas descanse, tudo vai ficar bem...

O Reencontro Com o Amigo do Meu Irmão (2° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora