Capítulo 6

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Os olhos castanhos-claros estavam fixados no teto branco de seu quarto e o corpo esparramado sobre o leito. Não havia conseguido dormir a noite inteira, e nem tinha como. Como poderia dormir sabendo que seu irmãozinho estava lá fora? Sozinho e quem saber os perigos que estava enfrentado.

Em seu desespero, havia ido a delegacia com Gustavo, mas o delegado disse que poderia presta queixa de desaparecimento após 24hs. Daniel encontrava frustrado e irritado. Ah, quando achasse aquele menino iria surrar tanto sua bunda que ficaria sem sentar duramente uma semana.

O jovem de um físico invejável moveu no leito deitando-se de lado e encarou seu guarda-roupa. Daniel não era tipo de homem que chorava, mas o medo que assolava sua alma fez seus olhos arderem. Mesmo que uma solitária lágrima transbordou de seus olhos marcando sua pele.

Olhou para o relógio no criado-mudo, reparando que era 6:20 da manhã. Logo o despertador gritaria anunciando que teria levantar. Não tinha forças para nada, mas precisava enfrentar a vida. Seu irmão era precioso, porém precisava ir para o estágio, pois era contribuinte importante para sua profissão. Seus pais sempre foram estáveis financeiramente, e quando faleceram no acidente, deixaram tudo na responsabilidade de Daniel. Claro, quando completou 18 anos, pode finalmente gerenciar a herança.

Como bom administrador, fez a herança duplicante ao fazer investimentos sábios e razoavelmente seguros, o suficiente, para dar a ele e Lucas uma vida confortável. Havia comprado aquele apartamento de classe média, um carro e moto para seu irmão. Mantinha todas as despesas de casa, além de sua faculdade. O estágio não pagava bem, não, era praticamente menos que salario mínimo, mas iria ajudar muito em ganhar experiência em sua carreira, e por isso o fazia.

Ele reprogramou o despertador e levantou da cama. Seguiu para o banheiro em sua gloriosa nudez para que pudesse tomar um banho. O jovem tomou demorando e gelado banho, tentando inutilmente arrancar aquela dor de seu peito.

Mas foi quando Daniel saiu do banheiro, com os cabelos úmidos, com apenas precária toalha branca enrolada nos quadris, que seu celular tocou.

Angustiado e esperançoso que poderia ser Lucas, correu para atender, perdendo a toalha no caminho, mas não deu importância. Não havia ninguém perto, e estava em seu quarto.

— Olá?

— Ah, oi... E Daniel?

Daniel olhou para visor, contudo não reconheceu o numero. Temeu que fosse de algum hospital ou pior, necrotério. Por Deus, que esteja bem. — Sim, e ele! Quem falar?

— Foi, sou Davi. Sou amigo de Luc, bem, andamos de skate às vezes. Olha, ele me pediu para não dizer, mas acredito que esteja preocupado. E só para falar que ontem ele ficou aqui...

— Ele está ai? — Daniel sentiu certo alívio por saber seu irmão não dormiu na rua.

— Não, ele ficou apenas um dia... E ontem a noite foi embora. Disse que não iria para casa, por isso acha que esteja na casa de outro amigo. — Davi disse no outro lado da linha.

Daniel ficou mais alguns minutos conversando com jovem. Ele garantiu que Lucas estaria bem, que não seria doido de dormi na rua, e que logo voltaria para casa. Sabia como seu irmão imaturo era... Tao teimoso e demorava entender as coisas. Igual quando era criança. Queria acreditar que Lucas realmente voltaria.

Um pouco mais aliviado, Daniel foi capaz termina de arrumar-se para ir ao estágio. Antes de sair de casa, avisando Gustavo que havia tido uma pequena notícia, e prometeu que quando soubesse de algo mais, ligaria.

Amar pode dar certo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora