Capítulo 27

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Havia duas semanas que Gustavo tinha recebido alta do hospital e três semanas desde acidente. Para ele o maior pesar não era o tempo da sua recuperação, ou que foi forçado a morar novamente com seus pais, era o fato que seu namorado tinha desaparecido.

Guto percebeu a tristeza de Miguel nas suas visitas ao hospital antes de sumir. Viu claramente o namorado mergulha em depressão e culpa, contudo Gustavo imaginou que eles lidariam com essa fase juntos, não considerou que o seu loiro fugiria. No final, Miguel era apenas um adolescente inseguro.

Não o culpava por ser afastar, todavia era dolorosa essa situação. Guto queria seu anjo ao seu lado.

No começo, ligou, mandou mensagem e até vídeo, porém não teve nenhum retorno. Chegou a falar com Dona Beatriz. Essa foi sincera explicando o medo e covardia do filho e contou para onde este foi.

O que acalentava um pouco, era saber que Miguel voltaria, entretanto a questão era; voltaria para ele?

A relação deles ainda tinha salvação? Segundo o médico, ele teria um longo percurso de fisioterapia pela frente. Ao invés de seguir o tratamento em clínica, os seus pais haviam contratado um médico particular que o atenderia em casa. Dinheiro não era problema, assim em dois dias seus pais reforçam um quarto de hóspede para sala apropriada para fisioterapia.

Inicialmente Guto mostrou-se relutante em fazer o tratamento, não por teimosia ou ignorância, pois sabia que tinha que fazer, no entanto, ele preferia ir primeiro atrás de Miguel.

Seus pais eram conhecedores de sua opção sexual, claro no começo foram bem relutantes, mas no final aceitaria com algumas ressalvas. Deixaram claro que ele precisava priorizar a sua saúde, sem usar proteção, não agir escandalosamente, casar e lhe dar netos. Adotados ou barriga de aluguel, não importava.

Gustavo foi persuadido por sua mãe para não ir atrás do namorado imediatamente. Narcisia explicou que Miguel ainda era jovem e inseguro, o garoto deveria estar com medo e precisava de um tempo. Gustavo precisa recuperar-se antes de lidar com o namorado, considerando que a maior fato maior da culpa de Miguel era o fato que Guto estava de muleta e com a perna gravemente ferida.

Após esse pequeno sermão, Gustavo aceitou que as coisas levam tempo para ajeitarem, assim, havia duas semanas que estava fazendo fisioterapia todos os dias pela manhã, por duas horas. Além de leve caminhada, check-up com o médico e acupuntura. Esse último tinha sido ideia de seu pai, pois este fez quando teve problema na coluna anos atrás, e realmente ajudou.

Ele ia duas vezes por semana na clínica para fazer a técnica chinesa, sua mãe sempre o levava. Esta era a parte mais chata, depender dos outros.

Aquele dia em especial havia amanhecido nublado, como o humor de Gustavo. Felipe era uma ótima pessoa. Ele era divertido, excelente profissional e ouvinte, todavia seu flerte estava passando do limite, obviamente no começo tinha acariciado o ego de Guto. Quem não gostava de ser elogiado e parqueado por um cara bonito e gostoso.

Gustavo estava deitado no carpete no centro da sala enquanto Felipe o ajudava o exercício de mover a pena dobrada lentamente e depois fazer movimento contrário. Sua perna estava curando bem e até rápido, porém ainda tinha um longo caminho pela frente.

— Muito bem, Guto! Como esperado do meu melhor paciente... — Felipe disse com bonito sorriso nos lábios.

Gustavo acenou e retornou a fazer o movimento.

— Então... Vai rolar uma festa esse final de semana... Aniversário de meu pai. Algo chato, mas ainda será legal. Estava pensando em te convidar.

Amar pode dar certo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora