Guilherme remexeu em seu leito e gemeu quando por acidente deitou em cima do gesso. Ele abriu os olhos. Inicialmente estranhou o ambiente, e acabou sentando assustado, mas aos poucos a lembrança do dia anterior retornou a sua mente.
Sentiu um medo descomunal ao recorda da sua mãe. Aquela mulher havia ido procurá-lo no Centro. O menino de 12 anos fez careta de raiva e sentiu vontade de bater em algo.
Não queria voltar a morar com sua mãe. Se fosse preciso, iria fugir. Isso! Iria para longe.
Doeria deixar Henrique e seus novos amigos, mas sacrifícios eram necessários.
Dando suspiro por saber que estava seguro na casa de Henrique, o pré-adolescente levantou da cama. Reparou no quarto bem arrumado e com móveis brancos. Estava acostumado em dormir no dormitório compartilhado no Centro Arco-íris, por isso estranhou ter quarto somente para ele.
Dando fofo sorriso, seguiu para o banheiro que ficava no corredor.
Com certa dificuldade, conseguiu fazer suas necessidades matinais, e sem importar que ainda vestia pijama azul, seguiu pelo apartamento.
Ele sorriu ao ver o loiro sentado na mesa que ficava na grande varanda que tomava frontal do apartamento Duplex.
Guilherme estreitou os olhos diante da claridade matinal, e entrou na varanda.
— Bom Dia Rique! — Cumprimentou o outro.
O loiro empresário abaixou o jornal e sorriu para o menino. — Bom dia! Pensei dormiria até mais tarde, afinal, e domingo.
Guilherme deu os ombros. Ele sentou na cadeira de frente para o homem e olhou a vista. — Estou acostumado acordar cedo! Cadê Lucas?
Ele viu uma pequenina tristeza percorre os olhos do homem. — Ele foi embora ontem depois que você dormiu. — Falou. — Mas... Deve estar com fome. Prefere suco ou achocolatado? — Indagou tentando mudar de assunto.
Guilherme sorriu permitindo que sua mente criativa armasse um plano.
— Toddy e pão com manteiga. — Disse.
Henrique preparou o lanche para o menino e os colocou na sua frente. — Tem algo que queria falar contigo!
O moreninho deu longo gole em sua bebida e lambeu os lábios. Olhou curioso para o homem de fios loiros escuros.
— O que? Fiz algo errado?
— Não! Fez nada de errado. — Henrique remexeu na cadeira, nem parecia empresário bem-sucedido e homem lindo, pois mostrava insegurança. — Eu quero adotá-lo como meu filho, mas antes dar entrada nas papeladas, gostaria de saber sua opinião.
Gui arregalou os olhos e sentiu seu coração bater forte. Ele sempre imaginou Rique sendo seu pai, e os dois fazendo altos programas juntos, incluindo café da manhã como agora, então ouvir do outro que queria adotá-lo, fez uma alegria surreal dominá-lo.
Incapaz de conter-se, ele levantou com tudo fazendo a cadeira cair em estrondo, e correu para o loiro. Abraçou fortemente, mesmo com gesso no braço dando certa dificuldade.
— Sim! Sim! Eu sempre sonhei ter um pai legal como você... e melhor ainda, gay. Eu quero! — Gritou feliz. Ele soltou o abraço e ficou dando pulinhos megas animados. — Ohhh! Isa será minha tia.
Henrique deu largo sorriso.
— Fico feliz em saber que deseja se meu filho. Mas sente-se. Termino seu café da manhã. — O loiro disse. — Amanhã ligarei para meu advogado pedindo dar procedimento a solicitação de adoção.
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Amar pode dar certo (Romance Gay)
RomanceUm grupo de quatro amigos está vivenciando a melhor fase de suas vidas, e vão descobrir que amar pode ser a oitava maravilha do mundo. Eles terão se fortes para transpassar as barreiras do preconceito, das regras e serem felizes nos braços do amor. ...