Capítulo 16

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Miguel olhava a paisagem passando pelo vidro fumê do carro com desânimo. O loiro estava com os braços cruzados e com o fone de ouvido, ele colocou por que não queria falar com a sua mãe, que desde que contou que iria ser chef num restaurante em Paris e que ele teria que ir, nenhuma vez Miguel falou com ela. Beatriz no começo tentou de todas as formas, mas sempre ganhava o silêncio; olhar emburrado e decepcionado do seu filho, e nem quando ela ganhou o concurso, ele deu os parabéns ou até mesmo a abraçou.

O loiro até queria abraçá-la ou dar parabéns, mas não queria dar o braço à torce.

Alguns minutos depois ele acabou adormecendo e só acordou com Beatriz o cutucou avisando que eles tinham chegado. Ele soltou um resmungo e abriu a porta do carro.

— Você tem que falar comigo!

O loiro fez de conta que não escutou e pegou as suas coisas e ficou escorado na parede esperando-a abrir a porta. Beatriz o olhou e balançou a cabeça negativamente.

— Um dia você vai falar comigo! — Beatriz ditou. — E vai ver o que estou fazendo é para o seu bem, o nosso bem!

— Meu bem? O meu bem vai ser se ficar aqui e não em Paris, se quiser, vá! Mas me deixe, eu sou menor de idade, mas posso cuidar de mim mesmo, até posso me emancipar! — O loiro disse.

— O que você diz me mágoa muito! — Beatriz disse fungando. Ela abriu a porta e entrou e o loiro entrou logo em seguida e correu para o seu quarto sem dizer nada.

Miguel sabia que estava errado, mas ele não podia suportar a ideia de morar fora do Brasil, morar longe dos seus amigos e do seu namorado. Só em pensar em mais nunca ver Gustavo dava um aperto no seu coração, mas também ele não queria ficar longe da sua mãe, era uma situação complicada que o loiro não queria mais pensar.

O quarto estava do jeito que tinha deixado, o loiro colocou as suas coisas em cima da cama e correu para o banheiro, onde tomou um longo banho quente, lavou os cabelos, passou o seu sabonete íntimo e depois pegou a sua toalha se enxugou e voltou para o quarto com a toalha na cintura.

Ele procurou uma roupa no seu guarda-roupa e avistou uma camiseta de mangas curtas vermelha, e olhou na parte dos shorts e pegou um de pano, e olhou na gaveta das cuecas e onde pegou qualquer uma.

Depois que se vestiu, logo após passou o seu perfume e desodorante e penteou as suas madeixas loiras. Ele se olhou no espelho e viu que tinha algumas bolsas em baixo dos olhos, à noite mal dormida o estava afetando.

Miguel respirou fundo e pegou o seu celular, carteira e as chaves. Ele deixou o quarto e andou apressado até a sala de estar.

— Para onde o senhorzinho pensa que vai? — Indagou Beatriz quando o viu abrir a porta.

— Vou visitar o meu namorado ou a senhora vai me proibir? — Disse sem se virar.

— Miguel... Deixa... Vai, pode ir, você só tem esse mês com ele, e não deixe de contá-lo que você ira embora para Paris comigo!

O loiro sentiu o seu coração aperta e lágrima querer descer, mas ele aguentou firme e saiu de casa, e bateu a porta sem querer, mas nem ligou e começou a caminhar pela rua.

Com o pensamento longe, ele andou até o ponto de ônibus e se sentou no banco. Esperou alguns minutos até o ônibus chegar, era de tarde e ele esperava que o seu Gustavo estivesse em casa.

O ônibus estava cheio como sempre e ele teve que ficar em pé, mas os seus pensamentos estavam longe e o loiro nem percebeu o tempo passar e com isso o ônibus parou no ponto que era perto do prédio dos meninos.

Amar pode dar certo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora