Capítulo 7
Alguém tinha lhe lançado uma rajada de energia pelo chão durante o exercício, ele sabia disso, não tinha certeza de quem fora, havia desmaiado antes de poder ver, mas tinha quase certeza de que havia sido aquele rapaz que parecia liderar aquele grupinho encrenqueiro.
Não se lembrava de muita coisa depois de tirar a venda, até porque não tinha visto quase nada antes de apagar, mas podia sentir que foram eles, só não podia imaginar no motivo de tudo aquilo estar acontecendo, porque estariam querendo que ele se desse mal?
Depois do desmaio, com toda aquela confusão, os envolvidos foram levados até os alojamentos, onde foram assistidos por enfermeiras, na verdade os realmente envolvidos não foram muitos, dois rapazes, Kurt e o outro, o que havia atirado contra ele durante seus movimentos na arena de treino.
Quando acordou, Kurt se sentia tonto, no mesmo momento em que abriu os olhos pode sentir que havia desmaiado pela rápida interrupção da conexão com a energia, sabia que o que ele fez era uma coisa extraordinária, mas também sabia que se não cuidasse aquilo poderia lhe ser extremamente destrutivo.
Olhou em volta e se percebeu em uma cama no alojamento, não era a sua, ainda mais que ficava do outro lado do grande quarto, e se sentia estranho, um gosto ruim na boca, panos molhados na testa. Virou a cabeça para o lado e viu um outro rapaz deitado, parecendo estar nas mesmas condições que as suas, provavelmente era quem o havia atacado, ele sabia porque quando percebeu a energia vindo pelo chão a lançou de volta exatamente para seu ponto de origem, sabia que aquele rapaz era quem o havia atacado, e agora só queria poder conversar com ele e saber o motivo de ter feito aquilo.
Chamou por ele algumas vezes, viu que estava acordado, ele mexia a cabeça e abria e fechava os olhos quando ele o chamava, mas não respondeu, parecia não querer falar com ele, parecia estar incomodado em estar ali naquelas circunstâncias.
Uma enfermeira se aproximou.
— Olá, enfermeira. Quanto tempo eu fiquei desmaiado?
Sua voz era fraca e rouca.
— Somente algumas horas, mas não se preocupe. O general Connor quer falar com você assim que estiver pronto para se levantar e andar. Ele o espera no escritório dele, nos prédios menores na frente.
— Sabe o que ele quer?
— Não é comigo que ele quer falar rapaz. Se quiser saber vai ter que ir até lá você mesmo.
Kurt viu que ela trazia uma bacia com água e panos limpos nas mãos, assim que ela terminou de conversar com ele foi até a outra cama e trocou a toalha da testa do outro rapaz, depois levantou o cobertor que o cobria e expôs suas pernas nuas, ambas com graves queimaduras.
Ele a viu cochichar alguma coisa no ouvido dele e ele cochichar algo de volta, mas não conseguiu escutar nada. Tentou juntar forças para se mover, primeiro levantou os joelhos, depois se sentou na cama, sempre com muita dificuldade, seu corpo todo doía, mas não uma dor completamente física, algo estranho que nunca havia sentido.
A enfermeira saiu e o deixou da mesma maneira que estava, sem ajudá-lo a continuar se levantando, perto da porta ele se lembrava de ela ter virado e o olhado por uma última vez, como se dissesse Levante e ande se for capaz, e foi isso que ele fez.
Com dificuldade, e com aquela dor estranha em seu corpo inteiro, ele se levantou da cama e conseguiu se colocar em pé ao seu lado, as roupas frouxas no corpo, o cabelo emaranhado. Amarrou novamente os barbantes que prendiam o colete e a cintura das calças e calçou as botas que estavam em cima do baú aos pés da cama.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A NONA TRIBO
FantasyPrimeiro livro da série -A Nona Tribo A Nona Tribo - O Despertar E se o mundo à sua volta e você fossem conectados e se misturassem de uma maneira que um novo e impressionante leque de possibilidades se abrisse à sua frente? Se sua concepção de exis...