Capítulo 2
A grande sala repousava em silêncio quando o homem de terno abriu as grandes portas de metal e começou a percorrer o largo corredor que se apresentava à sua frente. Era uma sala realmente grande e misteriosa, ao fundo via-se apenas um grande trono oculto nas sombras das paredes, as quais eram adornadas com compridos mantos estampando o símbolo do império, e nele, uma figura sinistra e poderosa aguardava por notícias.
O homem de terno se aproximou até certa distância do trono e se curvou, apoiando um dos joelhos no chão, dirigiu-se então à figura sombria sem levantar a cabeça.
— Nós encontramos senhor. Sabemos onde está e o estamos vigiando.
A figura sentada, ainda imóvel, pareceu alegrar-se levemente com uma felicidade sombria, sua busca parecia finalmente ter acabado.
— O senhor quer que o executemos?
— Não! — Sua voz era grossa e mansa, expressava segurança e poder, fazendo quem estivesse em sua presença tremer. — Precisamos saber o que sabe, saber onde se esconde e principalmente, saber com quem vive.
— Mas eu pensei que o senhor o quisesse morto!
— Eu quero muitas pessoas mortas e nem por isso saio por ai as executando!
— Mas o senhor havia nos dito...
A figura pareceu se irritar com a audácia do homem de terno, ninguém tinha o direito de lhe afrontar daquela maneira.
— O que foi que eu havia dito?
Ele fechou uma das mãos que apoiava sobre o trono lentamente, a apertando cada vez mais. Em sua frente, o homem de terno pareceu ficar sem ar, cada vez mais era possível ver em seus olhos o desespero, ele levava freneticamente as mãos ao pescoço, mas não conseguia parar a sensação que sentia, tentava gritar, mas de sua garganta saiam apenas ruídos desorientados, tentava inflar os pulmões com oxigênio, mas seus esforços eram em vão, estava ficando vermelho e suas veias pareciam querer saltar de seu pescoço.
— Eu sei o que eu disse e sei o que pretendo. Nunca mais irás me afrontar dessa maneira, nunca afrontarás ninguém mais!
Ele então abriu a mão e a relaxou novamente sobre o trono, fazendo o homem cair para frente inspirando grandes quantidades de ar enquanto suas mãos e pés tremiam de pavor.
— Saia!
O homem se colocou novamente de joelhos e tentou controlar suas emoções, tentou também se despedir, mas nenhuma palavra saia de sua boca, segurou o pescoço e olhou em direção ao trono com espanto e dúvida, tentou falar novamente, mas não conseguiu, se levantou ainda desorientado e virou-se de costas para a figura sombria, deixando a sala com passos rápidos e frenéticos, levando consigo a sensação de que nunca mais falaria novamente.
Capítulo 3
Nada mais prendera a atenção de Lash na escola depois daquele acontecimento estranho, não conseguira mais pensar em nada, tentou rabiscar nas últimas folhas de seu caderno um desenho do que tinha visto,as montanhas, o vale, o castelo e a garota, mas nada era muito nítido na sua mente.
Não conseguiu falar com mais ninguém, o que havia visto tinha sido tão real, tão intenso, ele precisava saber o que havia acontecido exatamente. E havia o homem de terno preto, ele havia sumido depois da visão, mas depois do intervalo ele estava lá novamente, observando a escola, observando as janelas, o observando. Lash sentia que era ele o foco da observação, mas nada podia fazer a respeito.
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A NONA TRIBO
FantasyPrimeiro livro da série -A Nona Tribo A Nona Tribo - O Despertar E se o mundo à sua volta e você fossem conectados e se misturassem de uma maneira que um novo e impressionante leque de possibilidades se abrisse à sua frente? Se sua concepção de exis...