A que eu estava para tomar mudaria minha vida – ou por assim dizer.
A do meu humano irritante também.
Embora ele ainda não soubesse daquilo.
E nem eu.
Duas barracas foram armadas.
Quatro pessoas sentaram-se ao redor de uma fogueira crepitante quando escureceu rápido demais.
O tempo, ah, o tempo.
Os humanos vão continuar tentando domá-lo.
Enganá-lo.
Ignorá-lo, enquanto perdem-no entre os dedos como um fio de óleo escorregadio, e nunca vão aprender que eu sempre chego.
E o tempo do meu humano das letras faltando estava se esgotando.
E não havia nada que ninguém pudesse fazer a respeito.
Escorri de um galho e parei ao lado dele.
Podia sentir seu cheiro insuportavelmente convidativo me chamando, e uma parte de mim queria ir.
A outra, não.
E era a segunda que eu devia ter escutado.
Porque a garota do cabelo espetado se sentou ao lado dele.
E o humano desprezível sorriu.
Isso, sorria enquanto ainda há tempo.
E seu sorriso se alargou, formando as covinhas desprezíveis que seriam capazes de fazer até a Estátua da Liberdade sorrir de volta.
Mas eu não.
Esgueirei-me entre os dois, sentindo meus dedos se moverem sozinhos na direção da garota.
Não interfira, não interfira.
Mas eu queria interferir.
Queria apenas tocá-la com o mindinho e ver aquele brilho insuportável se esvair de seus olhos negros enquanto sua alma pateticamente minúscula viria em direção aos meus braços.
E ela não chegaria perto do meu humano outra vez.
Nunca mais.
Oh.
Senti meus lábios se contraírem em um sorriso, e não os reprimi daquela vez.
Porque era isso que ia acontecer.
Ele seria meu.
Só meu.
- Vem. – disse o garoto moreno estendendo uma de suas mãos para a garota do cabelo de espeto, que não hesitou em pegá-la.
Vi os olhos azuis brilhantes do meu humano estúpido faiscarem de ódio, mas ele nem se mexeu.
Levante-se, agarre o pescoço dele.
Talvez assim ambos quebrassem a perna e então eu seria poupada do desfecho daquela noite desnecessária.
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O homem que me chamava de anjo [FINALIZADA]
ParanormalEu poderia dizer que essa é uma história com um final feliz. Uma história de amor, talvez, e então você se importaria em lê-la. Mas não. E não, simplesmente porque eu não estou aqui para te agradar, e sim para reunir o que sobra da minha memória fra...