Eu ajudo quem me odeia com algo que eu odeio

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Terminamos o lanche e voltamos para o hospital. Quando entramos na sala, minha mãe estava nos esperando e estava com o enfermeiro ao seu lado.

- Filha, nós vamos precisar da sua ajuda.

- Minha? Por quê?

- Bem mocinha, estava falando com a sua mãe que a sua amiga terá que esperar um pouco para a transfusão acontecer, pois o tipo sanguíneo dela é O, o mais raro e está em falta aqui no hospital.

- E eu entro?

- Na parte que seu sangue também é tipo O, filha. Você pode doar sangue pra ela.

Esse mundo é tão estranho... A menina que me odeia, foi atropelada por minha causa, eu acompanhei ela até o hospital, minha mãe pegou minhas coisas para fazer uma malinha pra ela caso ela precise ficar e agora eu tenho que doar sangue pra ela para salva-lá, mas mesmo assim ela ainda me odeia... E ainda tem mais: Eu morro de medo de agulhas. É sério, eu sempre choro, tipo até hoje. Mas eu não vou ser egoísta. Topei e fui para uma sala com o enfermeiro e Matt, minha mãe ficou nos esperando.

Entramos em uma sala onde tinham mais duas pessoas tirando sangue. Sentei numa cadeira e estiquei o braço. Li o seu nome no crachá.

- Senhor Francisco

- Pode me chamar de doutor querida, ou só Francisco mesmo.

- Doutor, quanto de sangue eu vou tirar? Vai demorar muito.

- Vamos tirar de você 500 mililitros, não é rápido, mas não demora muito. Em mais ou menos meia hora já acaba.

O doutor pegou aqueles elásticos que amarram no braço, e apertou. Sinceramente aquela parte dói muito mais do que a injeção, porque de vez em quando aquele elástico puxa uma pelinha aí já viu.

- Só um estante que vou pegar o algodão.

Comecei a suar muito. Eu queria muito chorar, mas ao mesmo tempo eu não queria. Imagina o micão dar um chororo por causa de injeção na frente do boy. Eu já estava com os olhos cheios de lagrimas e para minha infelicidade o Matt percebeu.

- Quer segurar minha mão bebe?

- Haha, que engraçado.

- É sério... Você está até meio pálida demais. Se quiser segurar minha mão mesmo assim.

E me deu uma piscadinha. Gente eu juro que tenho orgasmos a mil quando ele me manda aquela piscadinha super sedução e da um sorriso logo em seguida. O doutor chegou e disse aquela famosa frase que todo médico repete, independente se você tem 5 anos ou 75 anos.

"É só uma picadinha, não vai doer".

Ele pegou a injeção e foi aproximando. Analisei bem a agulha e realmente aquela parecia ser bem mais grossa do que eu já estava acostumada. Comecei a passar mal, mas não tipo mal estar, passar mal tipo:

- Falta de ar

- Desespero

- Choro

- E mais desespero

Peguei na mão de Matt e não quis nem saber, apertei com força e comecei a chorar feito uma criança falando coisas do tipo:

"AH MEU DEUS SOCORRO"

"TIRE ISSO DE MIM"

"NÃO MOÇO POR FAVOR, EU NÃO QUERO MAIS".

"CHAMA MINHA MÃE QUE EU TO MORRENDO"

"MÃE? SOCORRO"

"MANHEEEE TÃO ME MATANDO"

"AJUDA-ME PELO AMOR DE DEUS"

"SAÍ MOÇO EU NÃO QUERO MAIS NÃO PELO AMOR DE DEUS"

"MATT ME AJUDA PARA DE RIR"

- Calma, viu foi só uma picadinha, agora você vai ficar com a agulha aí no braço depois eu venho aqui e tiro pra você tá bom?

Apenas assenti com a cabeça.

- "Matt me ajuda socorro" não acredito no que eu acabei de presenciar senhorita Mia.

- Não acredito que você ficou parado rindo da minha cara senhor Matheus.

- Você é uma pessoa muito boa. A Maria está odeia você e você fez uma coisa que você odeia por ela. O mundo precisa de mais pessoas como você Mia.

Dei um sorriso.

- Mia, tá a fim de jogar Uno?

- A claro onde vamos arrumar um Uno aqui?

- Eu peguei na sua casa, quando estava ajudando sua mãe com a malinha da Maria. Achei que poderia ser útil, já que já estava imaginando que iríamos realmente passar um bom tempo aqui.

- Cara eu te adoro!

Como conquistar o CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora